Eu rio
Lavei a alma à margem
e escorro pelas mãos.
Levo a chuva de bagagem
e medo no coração.
Em cada curva me perco,
tentando voltar nem sei,
quem sabe seguindo um barco
ou um cais que atraquei.
Às vezes passo ao charco,
noutras contorno montanhas,
em corredeiras emborco,
mas é o mar que me assanha.
Assim, de encontro ao mar,
dizem uns, que nem exista
e nesse encontro abarcar
na imensidão que basta.
Cego-me em teu marinho
atrevido em tuas ondas
e adentro de mansinho
já sem margens, me inundas.
Robledo Carlos é membro da Academia Formiguense de Letras

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