Gripe aviária pressiona setor de aves e ovos: Minas já sente impactos da crise

A confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja do Rio Grande do Sul acendeu o alerta no setor avícola nacional. Embora o vírus ainda esteja localizado, os efeitos econômicos da crise sanitária já começaram a ser sentidos em estados como Minas Gerais.
O caso foi registrado em uma granja matrizeira — onde são produzidos ovos férteis, usados na reprodução de aves. Por precaução, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu as exportações de carne de frango originadas no estado gaúcho. China, União Europeia e Argentina adotaram embargos mais amplos. Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita restringiram as compras apenas ao Rio Grande do Sul.
A notícia é manchete no Valor Econômico de hoje que revela ainda que a China, principal compradora da proteína brasileira, suspendeu as importações por 60 dias. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com 5,29 milhões de toneladas embarcadas por ano. Ainda assim, analistas apontam que o maior impacto deve ser sentido no mercado interno, principalmente nos preços, segundo o jornal.
Em Minas Gerais, 450 toneladas de ovos férteis foram destruídas. Os lotes estavam ligados à granja afetada no Sul. Embora não sejam destinados ao consumo direto, a medida compromete o abastecimento futuro. O Paraná também foi incluído na ação sanitária.
O receio agora é de desabastecimento e alta nos preços. Segundo dados do IBGE, o preço do ovo de galinha acumula alta de 9,62% em 2025. Em 12 meses, a elevação é de 12,32%, bem acima da inflação geral (2,46%).
A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos cozidos, mas o efeito econômico da crise já é visível. Em estados com forte produção, como Minas, a destruição de ovos férteis compromete a cadeia produtiva e pressiona o mercado.