Longevidade. Qual o preço para se ter?

Longevidade. Qual o preço para se ter?
Johnatan Braz é Nutricionista




Viver melhor e por mais tempo é o desejo de muita gente, mas qual seria o valor a ser pago por isso? Ao longo destes mais de dez anos de atuação como nutricionista, percebo que ter qualidade de vida é o desejo de muita gente, mas até onde vai essa obsessão em querer estar completamente sem inflamação? Qual seria a dose certa de tudo? Segunda feira li um depoimento de um pesquisador de longevidade, e a colocação feita por ele foi surpreendente, pois vai de encontro a tudo o que penso e debato não só no consultório, mas também nesta coluna. O texto trata sobre os excessos. Excesso de treino, excesso de antioxidantes, pílulas, vitaminas. Excesso de tudo. Em um mundo onde se busca a longevidade com dietas mirabolantes, suplementação de vitaminas, enzimas, antioxidantes, quase tudo sem embasamento científico algum, percebemos que o básico é deixado de lado. Pense bem, as pessoas centenárias que você conhece ou ouviu falar, elas faziam ou fazem ideia do que seja colágeno? Coenzina Q10? Resveratrol? NAD+? Muito certamente que não. No tempo delas nem pensava-se nisso. Estas pessoas longevas tinham uma alimentação adequada, dormiam bem, faziam suas atividades físicas normais (andar, cuidar da horta, ir até o vizinho, etc) e tinham um convívio social. Estes são os passos para a longevidade. A longevidade não se compra, se conquista por meio de mudança de hábitos. Hoje busca-se tanto o inalcançável como o corpo perfeito, a ausência de rugas, que se esquece o quanto a saúde mental é importante para o restante do corpo. Este é um momento de reflexão: será que estamos com excessos? Se sim, de que e como podemos melhorar?

johnatancb@gmail.com