Cronicando: Tramas e urdumes
Robledo Carlos (de Divinópolis)
Do sol, chuva e costumes
Para escravos e faraós
Dos fenícios aos esquimós
Fibras boas e betume
Fez de tramas e urdumes
Nunca antes acontecido
Lá atrás em tempos idos
No deserto e no gelo
Fizeram fios de pelo
Pra criação do tecido
Foi então que aí se fez
Era lã, sisal e rami
Entrelaçados entre si
Coloridos e xadrez
Para acabar com a nudez
Fez então um tecelão
Juntou flocos de algodão
Passando na urdideira
Tecendo pela fieira
Essa grande inovação
Já não é só ornamento
Só dos reis essa ousadia
Nem luxúria da história
Esse tal comportamento
Pra freiras do convento
Para os padres de labuta
Pra donzela que debuta
Do cânhamo e do linho
Vestindo igual passarinho
Lindo tecido em juta