Valéria Carvalho

Valéria Carvalho




Enquanto seu pai projetava os filmes no Cine Glória, Valéria Carvalho cresceu cantando, dançando e assistindo a todos os filmes em cartaz. Neta do professor Franklin de Carvalho, ela é filha do Deodoro e da Célia Paim.

Aos 15 anos, a formiguense descobriu o violão e as portas se abriram para o caminho das artes. Em Belo Horizonte, ingressou no corpo de baile da Cia. de Dança Mauricio Tobias, aos 18 profissionalizou-se. Formou-se em Educação Física pela UFMG e em dezembro de 1990 foi para a Europa, levando consigo apenas “uma mochila cheia de sonhos”. Foi professora de dança na cidade do Porto e, em Lisboa, onde está até hoje, integrou o grupo de baile de diversos programas de televisão. Iniciou-se na carreira de atriz em filmes, diversas novelas e séries. Como cantora, Valéria Carvalho é sucesso total em toda a Península Ibérica, lotando teatros e casas de espetáculos.

Há três décadas e meia morando em Portugal, ela mereceu até o documentário especial “De Formiga para Lisboa - 450 anos depois”, lançado em 2020. O filme está disponível no Youtube.

“Quando eu nasci, a grande família parou na pequena terra das Areias Brancas, no útero de Minas Gerais. Minha jovem e bela mãe exclamou com surpresa: ‘É menina, uai!, ô, trem bão, sô!’”

“O sino tocava, as beatas subiam o morro para pedir perdão na primeira missa, enquanto o Senhor Buzina já tomava sua primeira cachaça no botequim do portuga, o Seu Mané. No asilo, os primeiros velhinhos já esquentavam os ossos ao sol. O azul do céu batia no verde da montanha emoldurando o Cristo Redentor que ficava no alto do morro, bem no fundo do meu quintal. Eu cresci achando que eu estava no Rio de Janeiro”, assim Valéria fala sobre parte de sua infância em vídeo postado na internet.

Certa vez, “partilhei um vídeo de uma música que fiz para Minas Gerais e o pessoal de Formiga descobriu o vídeo e começou a ser partilhado. Os comentários eram ‘ela é a filha da Célia e do Deodoro, neto do Franklin’. Há quantos anos eu não ouvia isso, como foi lindo perceber que eu pertenço a um lugar. Em Formiga, eu sou a Valéria de Maria Chiquinha que subia na carroça do leiteiro e matava minha mãe de susto, ela doida pra saber de mim, quantas saudades”.