Opinião: Cadê a magia do futebol brasileiro. Cadê?

Elton da Costa Pinto (de Formiga)

Opinião: Cadê a magia do futebol brasileiro. Cadê?
Elton da Costa Pinto é servidor público




Sempre fui amante do velho esporte bretão, uma vez que sou oriundo de uma época em que o futebol era praticado com arte, sangue, suor e amor à camisa.

Sou da geração que não aceitou cantar a alienante canção ufanista "Noventa milhões em ação. Pra frente Brasil do meu coração” gravada em homenagem à seleção brasileira de 1970, ano que conquistamos o tricampeonato mundial disputado no México.

A Nação cantava e vibrava, enquanto a maldita Ditadura Militar perseguia e assassinava os opositores com muita crueldade.

O FUTEBOL era usado como ópio do povo de efeito anestésico para encantar e ser MASSA de manobras iludindo e futibolando.

Em 1982 o terceiro gol de Paolo Rossi matou o futebol arte. Nasceu a partir da "Tragédia do Sarriá" um novo paradigma, o futebol-força e de resultados, em detrimento a técnica associado com o excesso de dinheiro, inúmeros casos de corrupção e manipulação de resultados.

O tempo passou e o vento levou a magia ao desnudar o glamour dos altíssimos salários com uma realidade do mundo deste futebol brasileiro capitalizado com dinheiro cuja origem é duvidosa, onde "86% dos jogadores brasileiros" recebem até um salário mínimo. Vivem na miséria. Enquanto pseudos craques ganham milhões para praticar um futebol de péssima qualidade. Estilo Taiti.

O FUTEBOL BRASILEIRO perdeu a arte, o glamour e para piorar esse caos temos mandos e desmandos da cartolagem desde a CBF, Federações, Clubes e até nas ligas municipais.

A imprensa com seu jornalismo marrom ancorado nos cifrões do baronato tupiniquim, de forma hipócrita e criminosa escondem as mazelas desta casta de dirigentes corruptos dos clubes e federações que não demonstram possuir a mínima preocupação com o futuro do futebol brasileiro, e sim com seus interesses pessoais.

O atual estágio do FUTEBOL BRASILEIRO ficou sem alma. Sem arte. Virou uma máquina de fabricar fascistoides e pseudos ídolos como um tal de Neymar.

Cadê a magia? Cadê os craques? Confesso que o atual futebol brasileiro não me empolga mais. Ficou chato.

Termino este artigo parafraseando poemas dos geniais e imortais Carlos Drumond de Andrade e Manuel Bandeira.

"E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora, José?"

Dias piores virão. Então: "Vou-me embora pra Pasárgada. Lá sou amigo do rei. Lá tenho a mulher que eu quero. Na cama que escolherei. Vou-me embora pra Pasárgada. Aqui eu não sou feliz".