Opinião: PALESTINA ESCOLA
Cláudio Guadalupe (de Divinópolis)
Seus olhos não me doem
Neles vejo o que ficou da humana esperança
Primeiro, o companheirismo
matinal entre os escombros
Segundo, os sorrisos confidentes
de quem armazena o mel na tirania de sal
Terceiro, a maleta da sabedoria
com os objetos da criação
no caderno da liberdade
Outras razões tenho ao vê-las
No ventrículo esquerdo de uma nação
Que espera mansamente
A justiça como brincadeira
Ou esvoaçante como os seus próprios cabelos revoltos
Seus olhos não me ardem
Me confortam, sururram que ali
na Palestina escola
Ouve-se os pássaros
Cuida-se dos dias
Alimenta-se a ternura
Protege-se o direito
de continuarmos gente
alegres ou tristes
confiantes na indomável paz
pelo abraço de colegas de recreio judeus e árabes meninos