Invadida por aves, Formiga prepara plano de manejo
Garças e pombos na área central têm incomodado moradores; Gestão Ambiental apresentará proposta de controle ao Ibama
Não bastassem as garças, que há anos incomodam e trazem prejuízos a comerciantes da área central de Formiga, agora são o pombos que tem causado grande desconforto a moradores e proprietários de comércio na região da Praça Ferreira Pires. Para controlar e reduzir o acúmulo e a permanência dessas aves no Centro, a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental informou que já prepara um plano de manejo para ser apresentado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Nesta semana, uma leitora do “Perga” entrou em contato com a redação para relatar os problemas provocados pelos pombos, que diariamente, pela manhã e no final da tarde, se acumulam na praça, esparramando lixo e defecando no local.
Um comerciante também ligou para o jornal e falou que o controle desses pombos é questão de saúde pública, tendo em vista que o contato com eles pode levar a pessoa a contrair doenças, como a meningite fúngica. “Minha esposa não leva mais nossos netos para brincar na Praça Ferreira Pires. A sujeira e o mau-cheiro das fezes dessas aves estão cada vez mais insuportáveis”, comentou.
Com relação às garças, outro problema antigo vivenciado pela população, elas, que por vários anos se concentraram em frente ao Hotel Maia, agora estão pernoitando em uma árvore situada na esquina da Rua Presidente Kennedy com Avenida Paulo Lins, e ainda em outras às margens do Rio Formiga, próximas ao Terminal Rodoviário. Quem passa a pé pelo local pode notar que o chão ao redor das árvores está tomado por fezes e o odor de urina arde de tão forte. “Além de prejudicar qualquer tipo de negócio, causa uma péssima impressão para a cidade”, disse um autônomo que trabalha na região.
Procurado, o secretário municipal de Gestão Ambiental, Humberto Cunha, por meio do Departamento de Comunicação da Prefeitura, disse que o Executivo recebe constantes reclamações em relação aos cidadãos que tratam aves, cães e gatos em áreas públicas. “No entanto, não existe embasamento legal que proíba tal atitude por parte da população. Quando chegam reclamações/denúncias à Secretaria de Gestão Ambiental, a situação é averiguada e, se constatada alguma ação que coloque em risco a saúde da população, o responsável é notificado e alertado sobre suas responsabilidades”, afirmou.
Sobre as garças, Humberto Cunha informou que ações de podas das arvores utilizadas por essas aves estão sendo realizadas para minimizar o impacto desses animais na saúde e no bem-estar da população. “Procuramos, dessa forma, afugentar essas aves do centro urbano, de forma a direcioná-las aos locais mais afastados da cidade e dos núcleos populacionais do município”, observou.
O secretário ressaltou que a Secretaria de Gestão Ambiental está elaborando um plano de manejo, que será apresentado às autoridades competentes da superintendência do IBAMA, a fim de minimizar ainda mais os impactos das garças no dia a dia da população. “As ações serão colocadas em prática após a aprovação”, concluiu.
Árvore usada para pernoite de garças está tomada pelos dejetos das aves e mau cheiro no local é intenso
Pombos X saúde humana
Os pombos são aves que vivem com facilidade nas cidades, fazendo seus ninhos em telhados, forros, caixas de ar condicionado, torres de igrejas e marquises. Podem causar prejuízos por danificar as estruturas dos prédios.
Por serem simpáticos e símbolos da paz, algumas pessoas gostam de alimentá-los com restos de comida, pão, pipocas, que são alimentos inadequados e prejudicam a saúde dos animais, além de viciá-los.
Como dificilmente são caçados por outros animais, sua população cresce muito rápido e o aumento de sua quantidade tornou-se um grave problema de saúde, pois podem causar várias doenças graves que podem levar à morte ou deixar sequelas. Entre elas, destacam-se:
– Salmonelose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes dos animais;
– Criptococose: doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e nos excrementos de aves, principalmente pombos;
– Histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);
– Ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;
– Meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
Algumas medidas de prevenção e controle são necessárias para preservar a saúde e reduzir a incidência dessas aves, como: retirar ninhos e ovos; utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes; colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado; não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos; acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados; e nunca alimentar os pombos.
É muito importante para a saúde humana controlar a população desses animais na comunidade, fazendo com que eles procurem locais mais adequados para viver, com alimentação correta e longe dos perigos das cidades. Um pombo na cidade vive em média 4 anos, enquanto que em seu ambiente natural pode viver até 15 anos.
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/
Nunca alimentar os pombos é uma das principais dicas para reduzir a incidência das aves e o risco de doenças