Opinião: Policial Militar não é bandido

Jorge Zaidam Viana de Oliveira (de Formiga/MG)

Opinião: Policial Militar não é bandido
Jorge Zaidam Viana de Oliveira é Professor veterano de história




No Brasil existem 27 Polícias Militares distribuídas nos Estados e no Distrito Federal. São forças de segurança compostas por abnegados homens e mulheres que arriscam as suas próprias vidas em defesa das nossas vidas e as dos nossos familiares. Só no ano passado, quase duas centenas de policiais da ativa foram mortos por bandidos no Brasil.

Na edição do dia 23/08/2023 deste diário, foi publicado um artigo de autoria de um colaborador muito frequente nas páginas do jornal, no qual Policiais Militares são vistos, sob a sua ótica, como pessoas da pior espécie, tachadas de bandidos, matadores de aluguel, ladrões e corruptos. Infere o articulista, que o ingresso na Polícia Militar se dá através de um simples alistamento de jovens com o perfil de “um rapaz educado em família pobre ou de classe média baixa, morador de favela ou bairro de periferia”. Segundo o autor, os policiais novatos, ao iniciarem a carreira são convencidos pelos colegas mais antigos a usarem fuzis e pistolas para a prática de crimes, matando outros jovens, preferencialmente negros. Praticam corrupção comendo e bebendo em bares e restaurantes sem pagar, aproveitando-se da autoridade investida pela farda.

Candidatos pobres de favelas ou da periferia ingressam todos os anos nas Polícias Militares por este Brasil afora e muitos alcançam os mais altos postos da hierarquia. As corporações militares não discriminam ninguém. O critério de seleção sempre foi a capacidade demonstrada e comprovada, nunca o ressentimento por não tido o candidato acesso a bens que outros jovens de classe média possuem, como afirmou o escritor religioso.

É claro que o autor do texto conhece muito bem como funciona a estrutura organizacional das Polícias Militares brasileiras, sabe que o recrutamento para os seus quadros é realizado através de rigorosos processos seletivos para qualquer dos seus níveis, de soldado a oficial. Sabe que em qualquer instituição civil, militar ou religiosa existem maus integrantes, mas esses são a minoria e, no caso dos Policiais Militares que bandearam para o caminho do crime, como os citados no artigo, todos foram excluídos da corporação exatamente pelo seu comportamento incompatível com a atividade policial. Mas ao autor interessa o escárnio e a execração pública, através da generalização maldosa.

O autor tem ódio explícito por todos os homens e mulheres que usam farda, isso está demonstrado em outros artigos publicados por ele. Por consequência, toda a família militar, as esposas, os esposos, os filhos, os irmãos, os pais e as mães entram no conjunto de alvos das suas ofensas. É de se imaginar, pelo que ele escreve a respeito dos uniformizados, que o seu desejo é ver eliminadas do Brasil todas as corporações militares federais e estaduais.

Aos que também têm esse sonho, respondam a uma só pergunta: quem cumpriria a árdua missão entregue aos fardados se, numa manobra política insana, comum na república de hoje, essas instituições deixassem de existir?