Em três semanas, Formiga teve 140 casos suspeitos de dengue e 26 de chikungunya

Diante do cenário epidemiológico na cidade, Prefeitura determinou a elaboração rápida de um Plano de Ação para o combate ao Aedes aegypti

Em três semanas, Formiga teve 140 casos suspeitos de dengue e 26 de chikungunya
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti (Foto Pixbay/Reprodução)




O ano mal começou e Formiga já registra, em três semanas de janeiro, 140 casos suspeitos de dengue e 26 de chikungunya. Diante deste cenário epidemiológico na cidade, a Prefeitura determinou a elaboração rápida de um Plano de Ação para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor dessas doenças.
De acordo com a Administração Municipal, na tarde desta quarta-feira, dia 24, foi realizada uma reunião, na qual a Ouvidoria Municipal, a Diretoria de Comunicação e os setores de Endemias e Epidemiologia alinharam os principais trabalhos que serão desenvolvidos nos próximos dias. “As ações de combate serão realizadas em conjunto com diversas secretarias municipais. Após a reunião, iniciamos as tratativas com as secretarias. Faremos mutirões de limpeza, panfletagem, atividades de conscientização para o público de diversas idades, entre outras ações. A programação ainda não está finalizada”, informou.
Segundo a Prefeitura, o trabalho de combate ao mosquito vetor é realizado constantemente pela Secretaria de Saúde, inclusive neste início de ano as equipes do Setor de Endemias já desenvolveram diversas ações. Porém, é necessário intensificar os trabalhos devido aos números de casos suspeitos das doenças.
“Na próxima semana, será divulgado o resultado do primeiro LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti) de 2024, que já está na fase final. Até o momento, os números referentes às três primeiras semanas do ano apontam que em Formiga já foram notificados 140 casos suspeitos de dengue e 26 suspeitos de chikungunya”, divulgou a Prefeitura.

No Brasil
O mosquito Aedes Aegypti está assustando não só os formiguenses, mas os brasileiros em geral. O número de casos de dengue nas duas primeiras semanas de 2024 foi mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde.
Conforme noticiou o “g1”, nas duas primeiras semanas deste ano, houve 55.859 casos prováveis de dengue no país. Seis pessoas morreram por complicações da doença.
A incidência de casos neste ano é de 27,5/100 mil habitantes. No mesmo período de 2023, haviam sido registrados 26.801 casos, com 17 mortes.

Em Minas
Em Minas Gerais, o Governo do Estado decretará “Emergência de Saúde” em decorrência das arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela) a partir desta semana. A informação foi divulgada pelo secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, nesta terça-feira, dia 23. Até o momento, o Estado soma uma morte por dengue e o aumento de 754% nos casos em 2024, conforme noticiou o jornal ‘O Tempo’.
Divinópolis, cidade que está a 80 km de Formiga, registrou no ano passado uma morte por dengue. Segundo a Prefeitura do município, um homem de 66 anos apresentou os sintomas no dia 6 de junho e evoluiu para óbito no dia 17 do mesmo mês.

Vacina
O aumento de casos ocorre em meio ao anúncio do governo de que o número de doses da vacina da dengue Qdenga só dará para imunizar no máximo 3 milhões de pessoas em 2024. O país é o primeiro no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio com a baixa quantidade de doses.
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS). Na ocasião, a ministra, Nísia Trindade, disse que o novo imunizante deverá começar a ser aplicado em fevereiro deste ano.
Segundo o ‘g1’, O ministério deve priorizar a imunização de crianças e jovens de 6 a 16 anos. A definição sobre por qual faixa etária e grupo a vacinação começará, além da quantidade de doses a ser distribuída aos estados, será tomada nas próximas semanas.
A Qdenga é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. A farmacêutica conseguiria entregar de fevereiro até novembro cerca de 5 milhões de doses. No entanto, esse número seria menor em volume de pessoas imunizadas, já que são necessárias duas doses para o ciclo completo.
O Ministério da Saúde ainda está em tratativas para receber doações. Com isso, a quantidade de doses pode chegar a 6 milhões.

Período de transmissão
Considerada pelo Ministério da Saúde como a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, a dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.
O período do ano com maior transmissão é justamente nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio, e, portanto, o alerta é para o combate ao mosquito.
Água parada é o principal foco e os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.

O trabalho de combate ao mosquito vetor, segundo a Prefeitura, é realizado constantemente pela Secretaria de Saúde