Formiguense é destaque em revista científica inglesa

Pós-doutor, Luiz Antônio Cruz Souza é coordenador do Laboratório de Ciência da Conservação e vice-diretor do Cecor da Escola de Belas Artes da UFMG

Formiguense é destaque em revista científica inglesa
Capa da publicação inglesa com a página sobre o professor formiguense. A foto foi tirada em andaime instalado na porta da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, porta esta de talha de Aleijadinho e que está sob estudos e documentação pela equipe do Cecor - Escola de Belas Artes da UFMG




Morador da Rua Nova, logo abaixo do Cruzeiro Luminoso, ele cursou o primário no Grupo Escolar Pio XII e foi da primeira turma do Colégio Polivalente, isso nos anos 1970, quando a instituição ainda era do regime de tempo integral. Filho da Dona Terezinha e do Seu Antônio Borges, só foi para escola particular porque conseguiu bolsa de estudos no Colégio de Aplicação, hoje, Colégio Unifor.

Assim se inicia o currículo do professor e pós-doutor formiguense Luiz Antônio Cruz Souza, que foi o grande destaque da revista científica “News in Conservation”, do IIC - International Institute for Conservation of Historic and Artistic Works”, em sua edição 98 de outubro/novembro de 2023, publicada em Londres, Inglaterra.

O IIC é uma das mais importantes e antigas instituições internacionais que congrega profissionais de conservação-restauração de patrimônio cultural, com mais de 3000 membros no mundo todo. No Brasil e na América Latina, o número de membros ainda é muito reduzido. No Brasil, por exemplo, são só 16 membros inscritos, e o professor Luiz Antônio eleito o primeiro “Fellow” (categoria honorífica - eleito por pares - acima de membro regular) do IIC no país. Juntamente com pesquisadores da Inglaterra, EUA, Índia e China, o formiguense faz parte do Conselho do IIC.

Em setembro de 2024 será realizado em Lima, no Peru, o 30º Congresso do instituto. Será a primeira vez que o IIC terá seu congresso na América do Sul e o formiguense é um dos membros da Comissão Organizadora.

De seu período de educação em Formiga, Luiz se lembra saudoso da sala de aula onde fez o pré-primário, que era em cima de uma caixa d’água na Rua Nova, hoje em ruínas, e dos tempos de Polivalente. “Tínhamos aulas de francês com Wilson; de inglês com o Damasceno e de Geografia com a Marilene Bernardes, que era de Lagoa da Prata. A Tita era professora de matemática e a Efigênia Sanábio, de ciências. Nunca me esqueço do meu amigo, eterno tutor e mentor, Amilton Luiz Vale, que dava aulas de português. Também havia outros que foram muito importantes para mim”, comentou Luiz, finalizando: “o grupo de professores do Polivalente era muito jovem e engajado politicamente, isso em pleno período de governo militar”.

Quem e o professor e pós-doutor formiguense

Luiz Antônio Cruz Souza possui graduação em Química pela UFMG (1986), mestrado em Química-Ciências e Conservação de Bens Culturais pela mesma universidade (1991), com trabalho experimental realizado no IRPA (Institut Royal du Patrimoine Artistique), em Bruxelas, Bélgica, e doutorado em Química também pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), com trabalho experimental realizado junto ao Getty Conservation Institute, em Los Angeles, USA.

É ex-bolsista CAPES Senior - Estágio Pós-Doutoral, na Universidade de Perugia, junto ao Centro SMAArt - Scientific Methodologies Applied to Art and Archaeology, sob a coordenação do professor Antonio Sgamellotti (2014).  É professor permanente do PPGArtes - Programa de Pós-Graduação em Artes, na Escola de Belas Artes da UFMG, e do PACPS - Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável - CAPES Interdisciplinar, da Escola de Arquitetura da UFMG.

Atualmente, é vice-diretor do Cecor - Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais, da Escola de Belas Artes da UFMG; coordenador do Lacicor - Laboratório de Ciência da Conservação, vinculado ao Cecor e ao curso de graduação em Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis, na Escola de Belas Artes da UFMG, onde é professor titular.

Foi coordenador do curso de Especialização em Conservação de Bens Culturais Móveis e do Programa de Pós-Graduação em Artes, da Escola de Belas Artes da UFMG. Foi vice-diretor (2005-2009) e diretor (2009-2013) da Escola de Belas Artes da UFMG. Foi membro do Conselho do ICCROM, como representante do Brasil, por dois mandatos (2007-2011, reeleito para 2011-2015). Foi membro da Diretoria do Icom-CC - Comitê de Conservação do Conselho Internacional de Museus (4 mandatos: 1993 - 1996; 1999 - 2002; 2002 - 2005; 2014 - 2017). Foi membro do Conselho Curador da Faop - Fundação de Arte de Ouro Preto, como representante da Abracor - Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais (2003 - 2019).

Tem experiência na área de Artes e Ciência da Conservação, com ênfase em Ciência e Tecnologia para a Conservação-Restauração de Bens Culturais, atuando principalmente nos seguintes temas: gerenciamento e análise de riscos para a conservação de acervos, conservação preventiva, conservação-restauração, peritagem e análise científica de obras de arte e gestão de preservação de patrimônio cultural.

Luiz Antônio foi o fundador, vice-presidente (2016-2018), presidente (2018-2020; reeleito para 2020 - 2022) e, atualmente, é membro do Conselho Fiscal da Antecipa - Associação Nacional de Pesquisa em Ciência e Tecnologia do Patrimônio - Ciência, Tecnologia e Inovação para o estudo e preservação do Patrimônio Cultural, entidade da sociedade civil que representa diversas instituições e profissionais da área de ciência e tecnologia aplicados ao estudo e conservação do patrimônio cultural, congregando conservadores-restauradores, historiadores da arte, engenheiros, arquitetos, químicos, físicos, biólogos, geólogos e outros vinculados a diversos laboratórios de universidades e instituições de pesquisa que atuam na área em todo o país. A Antecipa é o elo de representação internacional, na América do Sul e no Brasil, da Rede Européia E-RIHS - European Research Infrastructure for Heritage Science. Membro Permanente do WGS - Working Group on Sustainability, do ICOM Internacional - International Council of Museums.

O professor e pós-doutor formiguense Luiz Antônio Cruz Sousa já foi orientador em mais de 30 mestrados e doutorados.

Capa da publicação inglesa com a página sobre o professor formiguense. A foto foi tirada em andaime instalado na porta da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, porta esta de talha de Aleijadinho e que está sob estudos e documentação pela equipe do Cecor - Escola de Belas Artes da UFMG

Sala de aula onde Luiz cursou o pre-primário. A professora era Dona Abadia, sua tia