Inflação em Formiga chega a quase 1% em fevereiro

Alta dos preços de bens e serviços na cidade foi um pouco maior do que a inflação brasileira no mesmo período

Inflação em Formiga chega a quase 1% em fevereiro
Conforme o boletim, o grupo ‘Alimentação e Bebidas’ registrou a maior alta na inflação: 0,70% - Foto: Newtrade/Reprodução




O Índice de Preços ao Consumidor de Formiga (IPC-FGA) referente a fevereiro deste ano apresentou uma inflação de 0,98%. A alta dos preços de bens e serviços na cidade foi um pouco maior em comparação à inflação brasileira no mesmo mês: 0,83%.

O boletim do IPC-FGA, que é resultado de um projeto de iniciação científica implantado em agosto de 2022 no Unifor-MG, visa mensurar e divulgar, sempre entre os dias 19 e 21 de cada mês, a variação dos preços no município. Já o IPCA-Brasil é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o boletim, mais uma vez, o IPC-FGA ficou acima da média nacional e registrou o maior valor da série histórica deste projeto, a qual foi de inflação a 0,83% em fevereiro de 2023. “O Custo da Cesta Básica de Formiga [CCB-FGA] para fevereiro de 2024 subiu para R$ 583,87; já o Custo da Cesta Básica em Belo Horizonte-MG, cidade-referência, também subiu, registrando o valor de R$ 727,46. Em termos percentuais, percebe-se uma diferença de 24,59% entre o preço das cestas básicas de ambas cidades, o que evidencia uma redução na diferença entre elas. Isto é, o CCB-FGA está aumentando mais que o CCB-DIEESE. Resta observar se, ao longo do ano, este comportamento seguirá enquanto tendência ou se é um fenômeno isolado, tal como observado em dezembro de 2023, quando o CCB-FGA foi, atipicamente, alto, devido a um forte reajuste dos alimentos nas feiras livres [deflagrado pela demanda], o que foi descontinuado no mês seguinte”, explica o boletim.

Desenvolvida por Laís Milene Gomes Ribeiro, aluna do curso de administração (EAD), e Júlia Maria Eufrásio Arantes, do curso de ciências contábeis (presencial), a pesquisa é orientada pela professora Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira. De acordo com o Centro Universitário de Formiga, o IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, e é obtido a partir das fórmulas empregadas pelo IBGE no cálculo do IPCA, sendo os fatores de impacto (pesos) de cada item adaptados a partir de Belo Horizonte. O Unifor-MG informou que são coletados, entre os dias 05 e 15 de cada mês, os preços médios de 209 itens, divididos em 9 grupos, nos 4 estabelecimentos de maior relevância econômica da cidade.

 

A inflação

Conforme o boletim referente a fevereiro, o grupo “Alimentação e Bebidas” registrou a maior alta na inflação (0,70%), índice puxado por alimentos que possuem peso significativo no componente inflacionário, a exemplo do arroz, feijão, batata e cenoura, todos com altas superiores a 10% neste ano. Em seguida, o grupo “Habitação”, que no mês passado liderou o bloco inflacionário, registrou alta (0,49%) por conta dos reajustes na prestação de serviço ligada à construção civil (pedreiros, serventes, entregadores e outros) e insumos básicos, como tintas e materiais de acabamento. “Despesas Pessoais” é outro grupo inflacionário que ganhou notoriedade (0,26%), alavancada pelos gastos com clubes de recreação e prestação de serviços estéticos. Na sequência, o grupo “Educação” (0,09%), ainda como reflexo dos novos valores de mensalidades escolares, sobretudo, os cursos voltados para o ensino técnico e de idiomas. “Artigos de Residência” e “Transportes” fecham o grupo inflacionário, cada qual registrando 0,06% de aumento; no caso do primeiro, a alta foi proporcionada pelo alto consumo de eletrodomésticos voltados para o conforto, tais como aparelhos de ar condicionado, ventiladores e televisores (até 32 polegadas); no caso do segundo, os gastos com a manutenção de veículos e máquinas, a exemplo dos óleos lubrificantes, graxas e filtros, foram os responsáveis pela alta nesse grupo.

O boletim também traz a queda de preços. O grupo “Comunicação” registrou a maior deflação (0,34%), proporcionada pela oferta de novos planos de banda larga via fibra ótica, um efeito localizado em Formiga e contrário à tendência nacional (que é inflacionária) – este fato evidencia a importância da concorrência, bem como a existência de poucos players nesse setor. Em segundo lugar, vem o grupo “Vestuário” (0,19%), o que se deve a antecipação das promoções das roupas de verão, a exemplo de sungas, biquínis, shorts, camisetas e regatas, dentre outras peças de uso leve. Por fim, o grupo “Saúde e Cuidados Pessoais” marcou a deflação 0,15%, o que se deve a ampliação da oferta de planos de saúde “populares”, ainda que em contrapondo ao aumento dos produtos de proteção dérmica, como protetores solares e repelentes.