Inflação em Formiga é maior que a nacional em março

Alta dos preços de bens e serviços na Cidade das Areias Brancas foi de 0,80%, enquanto no Brasil foi de 0,71%

Inflação em Formiga é maior que a nacional em março
O IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada (Foto: Reprodução/Jornal de Brasília)




O Índice de Preços ao Consumidor de Formiga (IPC-FGA) referente a março deste ano trouxe uma inflação de 0,80%. O valor é 12,7% superior à inflação brasileira registrada no mesmo mês: 0,71%. A informação consta no boletim do IPC-FGA, divulgado pelo Unifor-MG.

De acordo com o boletim, em uma comparação aos índices do mês anterior, a cidade apresenta em março um “efeito rebote”, já que a alta de preços de bens e serviços no município foi a metade da inflação brasileira em fevereiro: 0,42% em Formiga e 0,84% no país.

Essa elevação da inflação na cidade em março é atribuída ao grupo “Transportes”. “Esse grupo apresenta produtos atrelados aos preços médios praticados em âmbito nacional (como é o caso dos combustíveis e automóveis) e se sobrepôs às características locais, aumentando a inflação no município e embargando os aspectos regionais, tipificados pelo consumo”, consta no boletim.

O IPC-FGA é resultado de um projeto de iniciação científica implantado em agosto de 2022 no Centro Universitário e visa mensurar e divulgar, sempre entre os dias 19 e 21 de cada mês, a variação dos preços no município. Já o IPCA-Brasil é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Desenvolvida por Laís Milene Gomes Ribeiro, aluna do curso de Administração, a pesquisa é orientada pela professora Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira. De acordo com o Centro Universitário de Formiga, o IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, e é obtido a partir das fórmulas empregadas pelo IBGE no cálculo do IPCA, sendo os fatores de impacto (pesos) de cada item adaptados a partir de Belo Horizonte. O Unifor-MG informou que são coletados, entre os dias 05 e 15 de cada mês, os preços médios de 209 itens, divididos em nove grupos, nos quatro estabelecimentos de maior relevância econômica da cidade.

 

A inflação

 

Conforme o boletim referente a março, entre os nove grupos pesquisados, seis apresentaram variação positiva nos preços, ou seja, inflação. O grupo “Transportes” registrou a maior alta (0,73%), o que se deve ao aumento da gasolina e do álcool, além da valorização do carro usado. Segundo o boletim, este índice só não foi maior graças à redução expressiva no litro do diesel (-15,21%).

“Saúde e Cuidados Pessoais” foi o segundo grupo com maior alta nos preços (0,38%), percentual ainda maior do que no mês anterior, puxado pelo reajuste nos preços dos antitérmicos, antigripais e produtos de higiene oral (cremes dentais e enxaguantes bucais). O terceiro grupo com expressão inflacionária foi “Artigos de Residência” (0,23%), desta vez, incrementado pelos preços dos colchões, cobertores e lâmpadas.

“Educação” (0,06%), “Habitação” (0,03%) e “Comunicação” (0,01%) fecham o grupo inflacionário.

O boletim também traz a queda de preços. O grupo “Despesas Pessoais” registrou a maior deflação (0,33%), alimentada pela prestação de serviços estéticos a domicílio. “Vestuário” também registrou deflação (0,21%), proporcionada pela liquidação dos estoques de roupas de verão (bermudas, shorts, chinelos e outros). Peixes, toucinho, alimentos em conserva (sardinha, milho verde, azeitona e outros) e pão-de-queijo contribuíram significativamente para que o grupo “Alimentação e Bebidas” registrasse queda nos preços (0,11%). Nesse mesmo grupo, embora o fator de impacto não seja tão elevado, altas expressivas foram registradas para o corte de carne acém (28,02%), cebola (27,58%) e farinha de trigo (23,67%).