Investigações confirmam que madrasta matou criança em Pains

Polícia Civil concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, dia 9, sobre o caso

Investigações confirmam que madrasta matou criança em Pains
O crime chocou a cidade de Pains e a região Centro-Oeste




A madrasta de 34 anos suspeita de ter assassinado o enteado de 4 anos no dia 24 de julho, em Pains, é mesmo a autora do crime. As investigações realizadas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmam o homicídio que chocou o município e a região Centro-Oeste.

Na manhã desta quarta-feira, dia 9, uma equipe da Polícia Civil concedeu entrevista coletiva sobre o caso. Participaram os delegados Danilo César Basílio (da Delegacia Regional) e Patrick Carvalho (da Comarca de Arcos), o médico legista Marcelo Moura e peritos que trabalharam na investigação.

Segundo os delegados, as investigações começaram depois que a polícia recebeu uma denúncia do Hospital Municipal de Pains, relatando a chegada da criança sem sinais vitais e apresentando hematomas em diversas partes do corpo. Patrick contou que foi a própria madrasta que levou o menino à unidade de saúde, demonstrando grande nervosismo. No hospital, ela disse que a criança teve episódios de vômito e diarreia abundante.

Diante da denúncia, o delegado Patrick determinou que fossem feitos levantamentos tanto na casa onde a criança morava quanto nas áreas próximas. A Polícia Civil foi atrás da madrasta e realizou a prisão preventiva dela, na segunda-feira, dia 25 de julho. Para a polícia, ela relatou que, após o pai da criança sair para trabalhar, o menino caiu, repentinamente, no chão. A madrasta continuou dizendo que acionou o Samu, mas antes da chegada da ambulância, vizinhos levaram a criança para o hospital.

Apesar das tentativas de reanimação realizadas pela equipe do Hospital Municipal de Pains, o menino não resistiu e veio a óbito. 

 

O crime

Além da autoria do crime, as investigações da Polícia Civil revelam a dinâmica dos fatos praticados pela madrasta. Nelas, não ficou comprovada a participação do pai da criança no assassinato.

De acordo com os delegados, a madrasta fez diversas agressões ao menino e, após a morte dele, tentou esconder os vestígios do assassinato. Ela limpou o local das agressões, colocou uma colcha que estava suja de sangue para lavar, deu banho no corpo do menino, já sem vida, e colocou roupas limpas nele para tentar maquiar o crime.

A polícia isolou a residência para aplicação de exame de luminol, que detectou a presença de sangue no berço e colchão da criança; na parede do quarto; no ralo e na pia do banheiro, assim como na calça jeans da suspeita.

O delegado Patrick contou que a criança tinha diagnóstico de autismo e de TDAH e que precisava de cuidados. “Fizemos contato com o Conselho Tutelar, que já fazia o acompanhamento do menino, pois a escola reportava que ele aparecia lesionado e com desnutrição.”

O médico legista Marcelo Moura, que analisou o corpo da criança, disse que o menino estava com vários tipos de hematomas e escoriações, que comprovam as agressões. “Ele tinha hematomas no crânio, hemorragias debaixo do couro cabeludo, uma escoriação profunda atrás da orelha direita e a ausência de dois dentes que podem ter sido arrancados.”

Segundo a Polícia Civil, o pai da criança relatou que tinha uma relação conturbada com a atual esposa e que ambos faziam uso de substâncias entorpecentes. Eles tinham um relacionamento de cerca de dois anos e a criança era maltratada pela madrasta. Na residência, ainda moram dois filhos da mulher de outro relacionamento, mas no dia do crime, eles não estavam na casa.

A Polícia Civil ressaltou que a madrasta continua presa e foi indiciada pelo crime de homicídio qualificado.