Marco Temporal: STF retoma julgamento e pode formar maioria; acompanhe

Marco Temporal: STF retoma julgamento e pode formar maioria; acompanhe
Antônio Cruz/Agência Brasil - 20/09/2023 Lideranças indígenas fazem passeata contra marco temporal na Esplanada dos Ministérios




Lideranças indígenas fazem passeata contra marco temporal na Esplanada dos Ministérios
Antônio Cruz/Agência Brasil - 20/09/2023
Lideranças indígenas fazem passeata contra marco temporal na Esplanada dos Ministérios

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode formar hoje (21) maioria de votos contra a tese do Marco Temporal para demarcação de terras indígenas. Com placar de 5 votos a 2, a sessão foi retomada nesta quinta-feira (21).

No julgamento, os ministros discutem o chamado Marco Temporal. Pela tese, defendida por proprietários de terras, os indígenas somente teriam direito às áreas que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época. Os indígenas são contra o entendimento.

Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Dias Toffoli se manifestaram contra o Marco Temporal e entendem que a limitação é inconstitucional. Nunes Marques e André Mendonça se manifestaram a favor.

Faltam os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e da presidente, Rosa Weber.

Acompanhe:



Alcance

Apesar da posição que deve ser consolidada contra a tese, os ministros ainda vão decidir sobre o alcance da decisão.

Entre os votos proferidos, está a possibilidade de indenização de particulares que adquiriram terras de "boa-fé". Pelo entendimento, a indenização por benfeitorias e pela terra nua valeria para proprietários que receberam do governo títulos de terras que deveriam ser consideradas como áreas indígenas.

Em outro ponto, o ministro Dias Toffoli abriu a possibilidade de exploração mineral e de lavouras dentro das terras indígenas, mediante aprovação de uma lei pelo Congresso e a autorização dos indígenas.

Os dois pontos são questionados pelas entidades que atuam em defesa dos indígenas. Para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a possibilidade de indenização pode inviabilizar as demarcações. A entidade também argumenta que a exploração econômica flexibiliza o usufruto exclusivo das terras pelos indígenas.

Para acompanhar o julgamento no STF, indígenas estão mobilizados em Brasília. Eles também se manifestam contra a tentativa do Senado de legalizar o Marco Temporal.

Fonte: Nacional