Momento apropriado

CEARC - Centro Espírita Anézio Ribeiro de Camargo

Momento apropriado




A argila somente é forjada quando o forno atinge a temperatura ideal para transformá-la nas peças mais belas que o oleiro manuseou a custo de trabalho, esforço e criatividade. De forma semelhante, vive-se momentos graves de altas temperaturas na fornalha da vida a exigir de seus protagonistas prudência, escolhas corretas e, sobretudo, testemunho no bem.

Somos argilas em transformação, cujos oleiros, nós mesmos, escolhemos livremente moldar os vasos e adornos a serem forjados na vida de relação com o próximo. Cabe-nos arquitetar a argila com o barro correto para que a temperatura da fornalha não trinque ou deforme, mas a transforme no vaso ou adorno reluzente que transmite beleza aos observadores.

Vive-se momento grave, de temperaturas elevadas, a exigir renovação, modelagem nova nos costumes, no aperfeiçoamento do senso moral, a convidar o abandono das argilas até então utilizadas na formação do homem velho e buscar, na prática do bem, a matéria-prima para forjar o homem novo, luzir a própria luz à proporção que o amor verdadeiro a que fomos convidados a exercitar pelo Guia e Modelo da Humanidade, há dois mil anos, Jesus, o Amigo Divino, seja moldado em nossos corações.

Urge, já nos alertam os benfeitores espirituais, que retornemos ao caminho pedregoso trilhado por Jesus, sem personalismos, sem títulos acadêmicos, mas com humildade e amor.

Allan Kardec, ao elaborar O evangelho segundo o espiritismo, deixa exarado no capítulo XI – Amar o próximo como a si mesmo, para estudo e meditação do leitor, uma mensagem intitulada “A Lei de Amor”, pelo Espírito Lázaro que nos esclarece: “O amor resume a doutrina de Jesus inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. […]” [Trad. Guillon Ribeiro, FEB Editora].

Portanto é no ardor das altas temperaturas que se moldam os sentimentos ao elevar-se os instintos à altura do progresso que se é capaz de realizar. A conjuntura atual é um convite ao exercício do amor no sabor da vida de relação que oferta a temperatura ideal da fornalha para que o oleiro coloque a argila de novos hábitos, do aperfeiçoamento do senso moral, do abrandamento dos costumes pela prática da fraternidade, da solidariedade e do amor ao próximo.

O momento é de testemunho, de fidelidade a Deus, de confiança em seus desígnios, de colocar as melhores argilas na construção do Reino de Deus em nossos corações, de fidelidade a Jesus, a Kardec, ao Evangelho e à Doutrina Espírita que o revive na sua pulcritude.

Prossigamos confiantes, pois estamos no momento mais apropriado para a forja de nossa regeneração na fornalha da existência.

 

Fonte – Revista O Reformador