CONTENTAR-SE

CEARC - Centro Espírita Anézio Ribeiro de Camargos

CONTENTAR-SE




Não digo isto por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. - Paulo. (Filipenses, 4:11)

 

A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas na terra.

A vida simples, condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer, foi esquecida pela generalidade dos homens. Esmagadora percentagem das súplicas terrestres não consegue avançar além do seu acanhado âmbito de origem.

Pedem-se a Deus absurdos estranhos. Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades, raríssimas pedem apenas o "pão de cada dia", como símbolo das aquisições indispensáveis.

O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida eterna, porque está sempre ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias. Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da desmedida ambição. Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence, abandona o material que lhe foi concedido para a evolução própria e atira-se a aventuras de consequências imprevisíveis, em face do seu futuro infinito.

Se já compreendes tuas responsabilidades com o Cristo, examina a essência de teus desejos mais íntimos. Lembra-te de que Paulo de Tarso, o apóstolo chamado por Jesus para a disseminação da Verdade divina, entre os homens, foi obrigado a aprender a contentar-se com o possuía, penetrando o caminho de disciplinas acerbas.

Estarás, acaso, esperando que alguém realize semelhante aprendizado por ti?

 

SE ASPIRAS A SERVIR

Afirmas-te no veemente propósito de servir; entretanto, para isso, apresentas cláusulas diversas.

Dispões de recursos próprios, conquanto humildes, para as tarefas do socorro material; contudo, esperas pelo dinheiro dos outros.

Mostras pés e braços livres que te garantem o auxílio aos irmãos em prova; entretanto, esperas acompanhantes que provavelmente jamais se decidem ao concurso fraterno.

Se acordasse para a cooperação com Jesus, recorda a afirmativa de Paulo: "aprendi a contentar-me com o que tenho."

Em torno dele, o ambiente doloroso do cárcere. Guardiães desalmados, companheiros infelizes, pragas e palavrões. Nem sempre pão à mesa, nem, sempre água pura, nem sempre consolação, nem sempre voz amiga...

Se aspiras a servir aos outros, servindo a ti mesmo, no reino do Espírito, não percas tempo na expectativa inútil, pois todo aquele que sente, e age com o Cristo, vive satisfeito e procura melhorar-se, melhorando a vida com aquilo que tem.

 

 

Autor Espiritual: Emmanuel / Medium: Chico Xavier / Obra: Caminho Verdade e Vida