Crônica: Azul Petróleo!

AC de Paula (de São Paulo/SP)

Crônica: Azul Petróleo!
AC de Paula é dramaturgo, poeta e compositor




A felicidade não existe, ela é abstrata! Alguém já a pegou, já a tocou? Ela só pode (ou não) ser sentida, pois é apenas produto da nossa imaginação. Portanto, é feliz quem escolhe ser feliz! Não se pode ser feliz em tempo integral, a realidade não deixa! Mas no reino da policromia, o vermelho brigou com o azul por causa do verde e amarelo, mas, com apoio do cinza, alguns ainda alimentam o desejo de verem de volta o verde-oliva! 

Chumbo de novo jamais, ainda que permaneçam algumas discordâncias, eu quero o branco da paz! Não sou, digamos, um saudosista e muito menos masoquista para querer de volta uma ditadura que alguns juram nunca ter existido. Sou um patriota raiz e não um patriota nutela surgido dos clamores de uma luta pela falácia da preservação da moral e dos bons costumes. 

Cantava o hino no grupo escolar, respeitava pai, mãe e as pessoas mais velhas, sim, sou um cara das antigas que quando criança sempre soube que obediência e respeito eram um santo remédio para conservação da arcada dentária. 

Conheci os superpoderes das chinelas de dedo, do cinto de couro e da correia de máquina de costura. Hoje, talvez, minha mãe seria acusada de tortura, coitada.

Os tempos mudaram ou mudei eu? Sinceramente, não posso jurar mas eu conservo ainda a ousadia de me considerar um cara normal. Mas, afinal, a desordem nada mais é do que uma ordem não desejada, e o que seria do amarelo limão se todos preferissem o azul petróleo?