Denunciados pelo MPMG por homicídio cometido em Sardoá, no Leste de Minas, são condenados pela Justiça

Três homens e uma mulher foram condenados à prisão em Virginópolis, na Região Leste do estado, após denúncia de assassinato feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os envolvidos foram denunciados pela morte de N.S.M, ocorrida no dia 15 de janeiro de 2022 no município de Sardoá. A sentença foi divulgada na última quinta-feira, 27 de julho.
Conforme a denúncia oferecida pelo promotor de Justiça Humberto Henrique Rufino de Miranda, E.R.S., R.T.B.S., G.A.S. e R.R.S. "com consciência e vontade de praticar o ilícito, em comunhão de esforços e unidades de desígnios entre si e com o adolescente, C.S.G., mataram N.S.M. por motivo torpe mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, desferindo contra ele dois tiros, que foram a causa eficiente de sua morte".
Ainda segundo a Promotoria de Justiça de Virginópolis, "nas mesmas circunstâncias, os denunciados corromperam C.S.G., menor de 18 anos, praticando com ele o assassinato.
O réu R.T., de acordo com a Justiça, confessou em juízo a autoria do crime de homicídio.
A condenação estabelecida pela Justiça, após serem julgados pelo Tribunal do Júri de Virginópolis, foi a seguinte: E.R.S. foi condenado a 21 anos e sete meses de prisão em regime fechado. Já R.T.B.S. foi condenado a 13 anos de prisão em regime fechado. O denunciado G.A.S. foi condenado a 11 anos, três meses e 22 dias de prisão, também em regime fechado. R.R.S., também denunciada pelo MPMG, foi condenada a cumprir pena de prisão por 16 anos e nove meses. Os quatro respondem pelos crimes de homicídio qualificado, corrupção de menor e concurso formal de crimes. Todos poderão recorrer em liberdade.
No Tribunal do Júri atuou o promotor de Justiça Lucas Bacelette Otto Quaresma.
Arquitetura do crime
Segundo as investigações, três dos envolvidos tomaram conhecimento de que a ex-companheira de E.R.S., preso desde dezembro 2021 pelo cometimento de outro crime, estava tendo um relacionamento amoroso com N.S.M.
Com a informação, o denunciado E.R.S. passou a arquitetar um plano homicida para se vingar de N.S. e solicitou auxílio de sua mãe R.R.S., do primo G.A.S. e do adolescente para execução e concretização do seu propósito de matar a vítima, já que estando preso, não poderia agir sozinho.
As três pessoas que levaram a informação até E.R.S. residem em Sardoá, município próximo a Virginópolis. Então, para não levantar suspeitas E.R. teve a ideia de acionar o amigo R.T.B.S., que mora em Governador Valadares, para ser o atirardor.
O assassinato ocorreu em uma mercearia de propriedade da vítima.
As investigações revelam que G.A.S., em uma motocicleta, buscou R.T.B.S. em Governador Valadares no dia definido por eles para prática do crime. Ao chegarem no município de Sardoá, G.A. deixou R.T. em um pasto, ainda na zona rural, e que dá acesso ao bairro Bela Vista, local onde ficava a mercearia.
Em seguida, o adolescente envolvido, conforme o acordado, foi ao encontro deles e permaneceu no pasto, aguardando o retorno de R.T. para dar-lhe fuga após o crime.
A mãe de E.R.S. e G.A. deslocaram-se até a mercearia da vítima, agindo como se fossem comprar bebidas, mas, em verdade, guiando o acusado R.T., que os seguiu até chegar ao estabelecimento comercial da vítima.
Ao adentrarem no bar de N.S.M. pediram refrigerante e uma dose pinga. Quando N.S.M. se deslocou até o fundo da mercearia para pegar as bebidas, R.T, sorrateiramente, foi atrás da vítima efetuando três disparos contra ela, que foi surpreendida enquanto pegava um copo para servir a dose de "pinga".
A vítima foi atingida por dois dos três disparos efetuados, os quais, conforme laudo da necropsia, causaram a morte de N.S.M. por traumatismo torácico, provocada por instrumento perfurocontundente.
Fonte: Ministério Publico MG