Dez anos de ‘Faroeste’ terão exibições comemorativas em Arcos
Filme conta a história do fazendeiro Luiz Garcia, que era muito temido e ao mesmo tempo amado na região de Pains
O filme “Faroeste”, gravado em Pains e lançado em 2014 por Abelardo de Carvalho, terá exibições comemorativas de dez anos em Arcos. O formiguense que ainda não teve a oportunidade de assistir ao longa-metragem deve ir até a cidade vizinha para se encantar com a magnífica história do fazendeiro Luiz Garcia, que era muito temido e ao mesmo tempo amado na região da cidade que hoje é considerada a capital nacional do calcário.
As exibições do filme ocorrerão nos dias 17, 18, 19 e 20 de outubro, às 20 horas, na Casa de Cultura de Arcos. No dia 17, uma hora antes, às 19 horas, será aberta a exposição de “Faroeste”, que contará com objetos de arte, figurinos, cartazes, trailer e teaser, docs e dezenas de fotos de bastidores do filme.
Gravado em 2012, “Faroeste” foi inspirado em “Bestiário”, romance escrito pelo próprio diretor Abelardo de Carvalho. Filmado à luz natural, velas, fogueiras e lampiões, o filme narra a história do principal personagem, Luiz Garcia, um velho fazendeiro conhecido dos moradores de Pains na década de 40.
Luiz Garcia estava sempre rodeado por capangas armados e foi assassinado na cidade em 1917, próximo a uma igreja. A história, que aconteceu há mais de 100 anos, chamou a atenção do diretor Abelardo de Carvalho, que há 30 anos passou a pesquisar a vida do fazendeiro. O diretor, que é da região, nascido em Iguatama, decidiu aproveitar os cenários naturais onde o fazendeiro viveu. Para ele, foi uma forma de valorizar a tradição que existe no interior de Minas Gerais. “Não precisei pensar no cenário, afinal ele estava pronto, valeu a pena fazer no local real”, disse o diretor na época do lançamento do filme ao “g1”.
No longa, o diretor não reuniu nomes de peso e apostou em 30 atores escolhidos pela peculiaridade exigida na trama. Além disso, mais de 200 pessoas da cidade também emprestaram o jeito simples do mineiro para consolidar a história. No elenco, Wladimir Winter fez o personagem principal, Luiz Garcia; Manu Mangaravitte fez o papel da amante de Luiz; Dellani Lima fez o sanfoneiro; Juliana Terra interpretou a esposa e Jom Tob Azulay foi o padre, personagem que ouviu toda história em forma de confissão, contada pelo sanfoneiro.
Além de ter o apoio dos moradores que atuaram voluntariamente, Abelardo também contou com ajuda para as locações do longa. Uma delas foi a fazenda Ribeirão das Palmeiras, onde foram gravadas cenas da quadrilha onde Luiz Garcia conheceu sua amante. No local, também foram gravadas cenas de lavadeiras no ribeirão.
Ao longo desses dez anos de “Faroeste”, produtores e cineastas nacionais e internacionais manifestaram sobre o filme: Leonardo Luiz Ferreira, jornalista e cineasta carioca, escreveu: “Não só a trilha sonora compõe bem com as imagens como os sons criam um universo bastante particular. O trabalho tem tom épico!”
Simon Egan, produtor e diretor inglês ganhador de 5 estatuetas do Oscar e que produziu o famoso “O Discurso do Rei”, considerou “Faroeste” uma das produções independentes mais interessantes que já assistiu.
Geraldo Veloso, cineasta e escritor mineiro, avaliou o filme como um fenômeno desconcertante de magia cinematográfica, elegância no lidar com os limites dos recursos de produção e poesia das imagens.
O diretor do filme, Abelardo de Carvalho