Guerra em Israel: Minas Gerais na rota de terroristas do Hezbollah

Polícia Federal faz busca e apreensão em 7 cidades que não tiveram o nome revelado

Guerra em Israel: Minas Gerais na rota de terroristas do Hezbollah
Como partido político e uma força militar, o Hezbollah detém popularidade grande na comunidade islâmica xiita libanesa, tendo como objetivo a liberação da Palestina e o fim do estado de Israel (Foto: Estadão/Reprodução)




O grupo islâmico Hezbollah, que apoia o outro grupo islâmico Hamas na guerra contra Israel, está mais perto do que nunca. É que a Polícia Federal, a partir da suspeita de que brasileiros ligados ao Hezbollah planejavam ataques terroristas no país, cumpriu alguns mandados de prisão e busca e apreensão ao redor do Brasil, em especial em Minas Gerais.
Segundo a Polícia Federal, sem revelar o nome das cidades, foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão no estado mineiro. Os outros 3 foram no Distrito Federal. Além disso, houve duas prisões temporárias em São Paulo.
Conforme noticiou a Revista ‘Fórum’, a polícia recebeu as informações dos ataques terroristas da Mossad, a principal agência de inteligência israelense, e dos Estados Unidos. Um dos presos no Brasil estava desembarcando de uma viagem oriunda de Beirute, no Líbano, país de atuação principal do Hezbollah.
Entre os alvos apontados pelos investigadores, estariam sinagogas e prédios ligados à comunidade judaica no Brasil. Um deles seria a Embaixada de Israel, em Brasília.
De acordo com a ‘Fórum’, o Brasil não possui histórico de terrorismo e tem baixa penetração de redes desse tipo.  Além disso, o próprio Hezbollah não é responsabilizado por atos terroristas no exterior há muitos anos, pois o foco do grupo se concentra em objetivos militares na Síria e em Israel.

Afinal, o que é o Hezbollah?

O Hezbollah é um partido político libanês, com 15 deputados no parlamento do Líbano, e também possui um braço armado que atua no sul do país e na Síria. Como um partido político e uma força militar, ele detém popularidade grande na comunidade islâmica xiita libanesa e tem como objetivo a liberação da Palestina e o fim do estado de Israel.
Apesar de ser considerado um grupo terrorista pelos israelenses, pelos EUA e outros países ocidentais, o Hezbollah não tem histórico recente de ataques terroristas contra civis como o Estado Islâmico, a Al Qaeda e o Talibã. Existem alguns atentados atribuídos ao Hezbollah durante o período da Guerra Civil do Líbano, como o ataque à embaixada dos EUA em 1982.
O Hezbollah também é acusado de ter realizado atentado-suicida com caminhão-bomba contra a embaixada de Israel em Buenos Aires, na Argentina, que matou 29 pessoas e deixou feridos em 17 de março de 1992, mas o grupo nunca assumiu responsabilidade pelo caso.
Atualmente, o Hezbollah atua como uma força militar poderosa, com um ativo de cerca de 100 mil soldados, além de possuir mísseis teleguiados, arsenal extenso e forte hierarquia.
As principais atividades do grupo se concentram em ataques contra alvos militares israelenses no norte de Israel. Além disso, eles atuam na Síria no combate contra o Estado Islâmico e outras organizações terroristas.

Hezbollah no Brasil
Um ataque terrorista no Brasil marcaria uma reativação do Hezbollah em atividades terroristas externas, sendo o primeiro atentado do grupo na América Latina em 31 anos. Algumas investigações, iniciadas em 2000, apontavam que o grupo poderia ter algum tipo de conexão com o Primeiro Comando da Capital (PCC), com provável atuação na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Em 2018, o libanês Assad Ahmad Barakat foi preso em Foz do Iguaçú por lavagem de dinheiro e estelionato. Os EUA afirmam que ele é um financiador do Hezbollah.
Barakat nega, afirmando que a ligação foi estabelecida baseada em sua fé: assim como os membros do grupo, ele é muçulmano xiita. Contudo, o elo entre Hezbollah e PCC nunca foi claramente estabelecido e não passa de uma suspeita da Polícia Federal e da inteligência estadunidense.

Hezbollah e Hammas na guerra contra

O Hezbollah entrou na guerra do Hamas contra Israel. O conflito começou no dia 7 de outubro e até esta quarta-feira, dia 8 de novembro, já somam 11.903 mortos.
O Hezbollah é um grupo do ramo xiita do Islã, enquanto o Hamas é sunita. Os dois reivindicam territórios palestinos das posses de Israel. O Hamas controla a Faixa de Gaza, onde vivem os palestinos desde 2007 e prega a destruição de Israel.
Os dois grupos estão em crescente aliança e o Hezbollah já assumiu a responsabilidade por ataques em áreas do território israelense nessa atual guerra. As últimas notícias do canal ‘CNN’ sobre o conflito revelam que o Hamas está perdendo o controle sob a Faixa de Gaza, de acordo com o governo israelense. Milhares de palestinos fugiram do norte da Faixa de Gaza nesta quarta-feira, dia 8, viajando quilômetros a pé através do território devastado, num êxodo crescente motivado pela intensificada operação terrestre e aérea de Israel.