Jovem baleado é homenageado por amigos e familiares
Ato ocorreu na manhã deste domingo, 16, com carreata saindo da Praia Popular com destino ao Mirante do Cristo

O jovem de 29 anos Guilherme Costa Teixeira, que foi baleado após abordagem policial e morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), na quinta-feira, 13 de abril, foi homenageado por familiares e amigos na manhã deste domingo, dia 16. O ato ocorreu com uma carreata que saiu do Parque Municipal Dr. Leopoldo Corrêa (Praia Popular), passou pela Rua Sete de Setembro, onde Guilherme recebeu o disparo de arma de fogo, e chegou ao Mirante do Cristo, no Bairro Santa Tereza.
Conforme noticiou a “93 Play”, no local, vestidos de brancos e com balões brancos nas mãos, os familiares e amigos fizeram orações e pediram para que seja feita Justiça pela morte de Guilherme, que deixa esposa e dois filhos.
O jovem foi baleado e morto, segundo a PM, após tentar fugir de um cerco policial na Rua Sete de Setembro, no Bairro Quarteis. O caso, que foi rapidamente divulgado e compartilhado nas redes sociais, gerou revolta entre os internautas. Muitas pessoas reagiram negativamente ao relato de um policial sobre o acontecido e pedem que imagens de câmeras de segurança no local sejam divulgadas para confirmar a versão da Polícia Militar.
No dia seguinte ao ocorrido, sexta-feira, dia 14, o 63º Batalhão de Polícia Militar de Formiga divulgou nota explicando o acontecido.
A VERSÃO DA PM
Segundo a PM, por volta das 20h20 de quinta-feira, 13, uma guarnição da Polícia Militar realizava o patrulhamento preventivo pela Rua Sete de Setembro, quando visualizaram um homem de 29 anos, tendo o identificado de imediato como um indivíduo já conhecido no meio policial pela prática de vários crimes e alvo de inúmeras denúncias recebidas pelo Disque Denúncias 181. “Ao perceber a presença policial e a iminente abordagem, o indivíduo agiu de forma suspeita, iniciando uma corrida em direção a uma motocicleta Honda XRE 300 prata, que estava estacionada no sentido contrário ao que os policiais seguiam. Diante da fundada suspeita e do comportamento daquele indivíduo, os militares decidiram proceder a abordagem, mas ele colocou o capacete na cabeça e subiu na motocicleta, a fim de evadir. Foi determinado pelos policiais que ele desligasse o veículo e levantasse as mãos para ser abordado, mas, mesmo com a possibilidade de acatar as ordens de parada ou até mesmo evadir em direção contrária aos militares, o indivíduo optou em direcionar a motocicleta contra o policial, no intuito claro de atentar contra a integridade física dos militares por meio de atropelamento. Diante das circunstâncias e para repelir a iminente agressão com risco de vida ao militar, um dos policiais realizou um único disparo, que veio a atingir o autor no abdômen. Ressalta-se que, mesmo após o condutor ter sido alvejado, devido à velocidade que já havia sido empreendida, a motocicleta atingiu a perna do militar que efetuou os disparos”, divulgou a PM.
De acordo com a polícia, o autor foi imediatamente socorrido com vida e levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para ser atendido pela equipe médica de plantão, no entanto, veio a óbito.
O Batalhão informou ainda que o local da abordagem foi devidamente preservado, a perícia técnica realizou os seus trabalhos e a motocicleta foi recolhida ao pátio do serviço de guincho. Foi instaurado um Inquérito Policial Militar para apuração dos fatos.
A defesa de Guilherme
Para os familiares e para o advogado Eduardo da Silva Gonçalves, que já defendia Guilherme na Justiça e agora atuará como representante da família, a versão da Polícia Militar não parece factível e carece de muitas outras explicações. Em nota enviada ao jornal “93 Play”, o advogado alega, fazendo uso de fotos, que atritos recentes já haviam ocorrido entre Guilherme e militares, quando, em uma abordagem na residência dele, uma câmera de segurança teria sido retirada por um PM. A posição em que os militares estavam no momento do disparo e a falta de comprovação para a afirmação de que a moto teria atingido a perna do militar são pontuados pela defesa.
A não apresentação de imagens de videomonitoramento de empresas localizadas na via onde ocorreu o disparo ou do sistema “Formiga de Olho” também são alvos de muitos questionamentos por parte de familiares e da população.
Segundo informação divulgada pela família, uma pessoa teria acompanhado, de dentro de um veículo, o momento da abordagem policial e dito que Guilherme não estava na motocicleta quando foi alvejado. A versão da testemunha deverá ser apresentada à Polícia Civil que investiga o caso.
No Mirante do Cristo, familiares e amigos fizeram orações e pediram Justiça pela morte de Guilherme - Foto: Divulgação Paloma Queiroz/‘93 Play’
O jovem Guilherme Costa Teixeira - Foto: Redes Sociais