Opinião: Bendita seja a mulher

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho (de Passos-MG)

Opinião: Bendita seja a mulher
Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho é advogado.)




A mulher é um ser tão fascinante – mas tão fascinante – que não devia ser exposta à franquia e vileza do cotidiano; por extensão, à dureza da sorte. E tampouco à tirania de números frios de estatísticas sombrias, como que um barco a velas a soçobrar.

E de longe não devia mesclar-se a fatores matemáticos de tempestuosos quadros analíticos de negativas variáveis no contexto existencial.

A mulher é glória única na soberania dos povos. E tanto, portanto, fosse pesquisada por estudiosos da sociologia, antropologia, ou qualquer outra ciência, com certeza seria colocada numa redoma para nunca ser tocada por infames tacadas, mas, ao contrário, para ser apreciada em pedestais e nos mínimos detalhes.

Encantadora, pois, porquanto dotes de graça e beleza ultrapassam os limites das mais belas histórias narradas por cultores de todas as raças, línguas e idiomas. E decantada em prosa e verso por ilustres e nem tanto prosadores e poetas, para a alegria do patrimônio social, no fazimento perfeito de múltiplos louvores.

Deve, sim, continuar na formação de augustas proles. Benditas proles. E no sacrário de nobres sentimentos seja apetrechada. E na propagação da espécie humana, só a homens santos caberiam aposição de mãos na partilha do ato conjuntivo.

Mulher! Quem é senão um átrio sagrado, conceito de ventura na magnificência? Criada e fortalecida na comunhão do Espírito Santo, em caminhos postos e opostos, preparada na escolha por quem tudo fez e realizou!

Oh, mulher! Por que teimam estragar a importância de sua participação na comunidade humana, santificada em brilho de reluzentes céus? Por quê?

Nas empreitadas de harmonia e zelo, na obediência a normas do ciclo vital e no desencanto, operam selvageria no colo de quem tanto necessita de vida e paz.

No injustificável, acarretam-lhe aviltantes atos, covardes e insanos atos. No entremeio, o uso da força física e agressão psicológica, gerando violência e anarquia.

No dizer do imperador romano, Marco Aurélio: “em meio ao mar de perversidade, egoísmo e todo tipo de imundícia humana, somente um conseguiu flutuar sobre as águas: Jesus Cristo”.

Entretanto, por sua vez, por infinito esplendor, a mulher paira flutuante nos encantos da magia e suprema imaginação e por resignação e longanimidade.

E neste mundo de angustiantes dores, criaram nome às inclementes e sórdidas investidas mortais: feminicídio! Feminina e generosa, por que não outro designativo, a implicar ternura, amabilidade, meiguice e doçura?

Mas não. Quanto tempo há de continuar tamanha barbárie, rusticidade e malvadeza? Homens travestidos de insensatos seres. E horrendos, a ponto de carregarem no selo sem qualidade, portfólios degradantes para esboço vil.

Há que colocar-se fim ao insuportável vale de lágrimas. Mulheres em filas de espera. Na tabela, em fatídicos e múltiplos cadafalsos. Sucessões de números, e tomem oceanos de choros a cada curto espaço de tempo, na contraposição do arcadismo de Floriano Peixoto:

“Bárbara bela, do Norte estrela, que o meu destino sabes guiar. De ti ausente, triste, somente as horas passo a suspirar. Isto é castigo que Amor me dá. Por entre as penhas, de incultas brenhas, cansa-me a vista de ti buscar. Porém não vejo mais que o desejo, sem esperança de te encontrar. Isto é castigo que Amor me dá. Eu bem queria a noite e o dia, sempre contigo poder passar. Mas orgulhosa sorte invejosa desta fortuna me quer privar. Isto é castigo que Amor me dá”.

Em defesa de honra pessoal não se mata. No resguardo da honra alheia, igualmente. No mesmo tecido, não se acaba com o ente amado por costumes e tradições. A mulher há de merecer o carinho dos cuidados. E tomem cuidado!

A tradição manda – ó tempo ó costumes – que se ame a mulher de tal modo, ainda que em meio a tormentas e espinhos. E a ela se renda todas as homenagens e honrarias.

Forte na grandeza – maior na sutileza – quer no físico e na alma, bendita é a mulher em todo o seu esplendor, aura e majestade.

A mulher é a soma de tudo e de todos: o vértice, a calma, a luta nunca desistida no universo de todas as belezas.

A mulher é, sobretudo, o amor na essência da bondade de Deus.

Simplesmente, no todo, e para sempre, mulher!

PS: Especial para Maria.