'Que se faça a luz', menos em Formiga

'Que se faça a luz', menos em Formiga




O transtorno causado em Formiga pela falta de energia elétrica na última quarta-feira, dia 10, trouxe prejuízos incalculáveis. Supermercados, mercearias, restaurantes e farmácias sem saber o que fazer para salvar suas mercadorias perecíveis; boutiques, indústrias e prestadores de serviço sem ter como receber de seus clientes e sem jeito de pagar a seus fornecedores; postos de saúde na bica de perder vacinas e os pacientes desassistidos pela falta de acesso a prontuários eletrônicos; oficinas mecânica, serralheiros e eletricistas, todo mundo de braços cruzados; consultórios médicos e odontológicos mandando voltar depois e semáforos apagados trazendo caos e perigo nas ruas.

Nas residências, aparelhos domésticos e computadores queimados com os piques e repiques de energia em intermitências infindas. Aí, o pior: não há a cultura de arquivar notas fiscais, portanto, sem ter como reclamar. A Cemig divulgou que um transmissor de R$ 30 milhões foi trazido para Formiga e instalado na subestação da companhia. A cidade quase que inteira penou por cerca de oito horas e bairros como Alto dos Pinheiros e Jardim da Acácias por mais de 18 horas.

Em qualquer análise superficial, chega-se fácil à conclusão de que os prejuízos que Formiga teve estão muito acima dos R$ 30 milhões do novo transformador, mas o que merece apreensão é a fragilidade energética que ronda a vida do município.

Enquanto o mundo estuda a diversidade de fontes, como a solar e eólica que ainda engatinham no Brasil, a região de Formiga está quase que 100% dependente da hidroelétrica, quem vem pela força da água. A falta de água no Lago de Furnas que amedrontou em outras épocas, deu um refresco com as águas em abundância, mas problemas como subestações bem cuidadas e linhas de transmissão satisfatórias assombram.

É preciso atenção redobrada de toda a cidade, é preciso que os poderes Executivo e Legislativo, a Acif/CDL, as universidades, os clubes de serviço e a sociedade organizada como um todo redobrem os olhares para um setor extremamente sensível.