Silviano Santiago

Silviano Santiago




Ele até hoje trabalha em seu escritório, no Rio de Janeiro, em frente a uma fotografia panorâmica de Formiga da década de 1920 pregada na parede. Uma visão somente para quem subia o Morro da Caixa D’água, que depois virou Morro do Cristo.

Em 29 de setembro de 1936, nasceu de uma família ligada a uma famosa dental, a Dental Santiago, o escritor e ensaísta Silviano Santiago. Ele era irmão do ator global Rodrigo Santiago, falecido em 1999. Fez o catecismo na Paróquia São Vicente Férrer e o primário na Escola Normal. Em seu livro “Uma história de família”, Silviano conta que subia o Morro da Caixa D’água com sua irmã Sofia “todos os dias, durante três meses, em busca da cura da coqueluche”.

Com 12 anos, Silviano se mudou com a família para Belo Horizonte e não parou mais. Bacharelou-se em Letras Neolatinas na UFMG e fez seu doutorado em Letras pela Universidade de Sorbonne, na França. Passou pelas universidades de Rutgers, Toronto, Nova York, Buffalo e Indiana. No Brasil, foi catedrático da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense. Autor de mais de 30 livros, é romancista, ensaísta, poeta e o maior crítico literário do Brasil.  Venceu o Prêmio Jabuti por seis vezes, o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras e o José Donoso, do Chile.

Em 2015 venceu o Prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa. Em 2020, recebeu o Prêmio Ezequiel Martínez Estrada, conferido pela prestigiosa Casa de las Américas. Em 2022, Silviano foi o grande vencedor do aclamado Prêmio Camões. Com a escolha, ele se tornou o 14º brasileiro a fazer parte de um seleto grupo de grandes nomes como Jorge Amado (1994) e os portugueses José Saramago (1995) e António Lobo Antunes (2007), entre outros. O último vencedor do país tinha sido o cantor Chico Buarque de Holanda, em 2019. Hoje, Silviano Santiago é o escritor em língua portuguesa vivo mais premiado.

 

A última vez que o crítico literário esteve em Formiga foi no fim da década em 1990. Ela veio a convite do diário “O Pergaminho” e realizou palestra para alunos do Unifor-MG. Com a direção do jornal, ele percorreu emocionado as ruas de sua infância.