Consumo de soja e baixo risco de câncer

Segundo dados da Embrapa, o Brasil, em 2022/23, passou a ser o maior produtor de soja no mundo com 156 milhões de toneladas do grão; entretanto, nem todos os brasileiros possuem o hábito de consumir não só o grão como também os produtos derivados da soja. Nestes meus onze anos de prática clínica, pouquíssimas vezes encontrei pessoas que fizessem o consumo diário ou semanal de derivados de soja. A soja é fonte de isoflavonas, fitosteróis, lecitina, gordura poli-insaturada, fibra e proteína. As isoflavonas auxiliam as mulheres no período de menopausa, pois possui propriedades análogas ao estrogênio, hormônio este que é reduzido neste período. Os estudos mostram que o consumo de soja pelo público masculino não tem interferência nenhuma nos níveis de testosterona ou aumento de hormônios femininos. Os fitosteróis tem ação antioxidante e auxiliam na redução de LDL colesterol (o colesterol ruim). A lecitina tem sua função da indústria de alimentos como estabilizante, mas também possui vitaminas como colina e tem ação antioxidante. As fibras auxiliam na saciedade, redução de absorção de carboidrato e gorduras, melhora a saúde do intestino, auxilia na redução da constipação intestinal, enquanto a proteína também auxilia na saciedade e participa na construção de tecidos (massa muscular, cabelo, pele). Um estudo publicado este ano mostrou com o consumo de, pelo menos quatro vezes na semana, de soja e seus derivados (extrato de soja – mais conhecido como leite de soja, tofu, pasta de soja ou grão de soja) reduziu o risco no desenvolvimento de câncer. O consumo de aproximadamente 54 a 61g de produtos de soja por dia reduziu o risco de câncer entre 11 e 28%, dependendo do produto consumido. Este mesmo trabalho mostra que fermentados de soja (shoyu, natto) não tiveram relação com redução dos riscos de câncer. Desta forma, se o objetivo é melhorar sua saúde, invista também em produtos de soja.

johnatancb@gmail.com