A fake news nossa de cada dia

A fake news nossa de cada dia




As notícias mentirosas sempre deram resultados para quem as espalha. Muitas vezes, a manobra é pensada, calculada e implementada por quem tem objetivos escusos que só chegam à tona lá na frente.

Com o advento das redes sociais, espalhar falsidades ganhou a alcunha de divulgador de (em língua inglesa) fake news, o que é a mesmíssima coisa.

Pra quem não se lembra, aí vão algumas lembranças. Lá pelos anos de 1980, deram de divulgar que manteiga de leite dava gordura no sangue, que o bom mesmo era a margarina vegetal. Foi aí que as fábricas de margarina cresceram de maneira absurda por todo o país. Depois, houve campanha contrária garantindo que a margarina era nociva, que dava infarto e que boa mesmo era a manteiga. Os produtores de leite e derivados voltaram à tona e até hoje tem uns que acreditam que manteiga faz mal, outros que margarina mata e uns terceiros que sabe que o que mata é a quantidade.

Depois veio a história de que ovo de galinha aumenta o colesterol. Era para comer no máximo dois por semana, um por dia era cova na certa. Foi aí que houve mobilização para explicar que ovo aumenta a massa muscular, que é rico em proteínas, que fornece energia para o organismo, além de ter boas quantidades de ferro e vitaminas do complexo B que melhoram a oxigenação e o transporte de nutrientes no organismo.

Em Formiga, as mentiras sempre tiveram eco na sociedade. Até hoje, há quem acredite que grupos de comerciantes da cidade já trabalharam contra a chegada de grupos empresariais para empreender no município. Nas campanhas eleitorais, sempre há alguém apontando outro alguém e relatando fantasias sexuais e malandragens. Muita gente até hoje acredita e jura que é verdade.

O que acontece é que as redes sociais propagam com muito mais facilidade as fake news, mas elas são nocivas e manipulam não só por meio de tablets e celulares, no boca a boca e nas mídias tradicionais elas também causam estragos. Nas Areias Brancas, a pior mentira foi com a relação à implantação da Penitenciária Regional. Quem defendeu a obra, com a intenção de obter dividendos políticos, espalhou pra Deus e todo mundo que seria ótimo e que o município seria um lugar muito melhor com a geração de empregos para empresas de apoio, como restaurantes, e funcionários e agentes penitenciários. Os efeitos colaterais ficaram por debaixo do tapete.