Crônica: Cueca-Cuela
Manoel Gandra (de Formiga/MG)
Era 1970 e, pela primeira vez, um grupo de formiguenses resolve fazer uma turnê pela América Latina. Reuniram-se Joffre Faria (do cartório de protestos), Américo Portela (do cartório de transmissão de escrituras), Fernando do Manuelito (da funerária) e o advogado Floriano Leonel. Organizaram todo o trajeto. Primeira parada: Assunção, no Paraguai.
Saíram de carro de Formiga, seguiram para Ribeirão Preto. De lá, foram parar em Foz do Iguaçu. Era tudo festa. Naquela época, Formiga era bem menos conhecida do que é hoje, e a placa do carro era motivo de chacota em hotéis e restaurantes. Como o pessoal estava passeando, tudo era motivo de festa e de gozação.
Contam, mas ele jura que não é verdade, que assim que os formiguenses se acomodaram em Assunção, Fernando do Manuelito resolveu se arriscar em um bar.
Ele entra, procura uma mesa perto do balcão e logo vem um garçom lhe atender.
__Eu quero uma CUECA-CUELA.
O garçom olha bem para Fernando do Manuelito e dá-lhe uma bronca:
__Que cueca-cuela o quê, Fernando. Coca-cola é coca-cola em qualquer lugar do mundo.
Fernando leva um susto.
__Que é que isso, Fernando. Eu sou filho do Pedro de Oliveira lá do Engenho de Serra. Eu lembro que foi você que fez o enterro de meu avô...
Joffre Faria, que estava perto, ouviu e chegando a Formiga contou pra todo mundo.