Crônica: A fumacinha

Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Crônica: A fumacinha
Manoel Gandra é poeta e jornalista




Pagar mico é pra todo mundo. Dependendo do momento e da situação, qualquer um está sujeito. Em Formiga, aconteceu uma das mais engraçadas “pagações” de mico de que se tem notícia.

A história é hilariante e ao mesmo tempo constrangedora.

Existe uma gerente de uma das principais instituições financeiras da cidade que tem duas lindas filhas. Como era final de férias, elas resolveram fazer uma festinha e chamar a patota. Muito zeloso, o pai resolveu que o agito deveria ser em sua residência, assim era mais fácil ficar de olho nas meninas.

Como a mãe das garotas é muito influente, ela foi eleita pela “tiurma” para contratar aparelhagem de som e iluminação. Depois de rápida pesquisa de mercado, ela descobriu um conhecido locutor de rádio que teria toda a parafernália para alugar.

Meio sem graça, a gerente ligou para o locutor:

__Olhe, meu nome é Fatinha. Tenho duas filhas e haverá uma festinha aqui em casa. Fiquei sabendo que o senhor tem aquelas luzinhas que ficam piscando e caixas acústicas. O senhor aluga...? 

__Alugo sim. É festinha de criança?

__Não, elas são adolescentes.

__Então, elas vão querer uma fumacinha.

__Como é que é?

__É... uma fumacinha. O pessoal adolescente gosta de uma fumacinha.

__Meu senhor, minhas filhas não gostam de fumacinha nenhuma...

__Gostam sim. Pergunte a elas...

Foi aí que uma das garotas, que ouvia pela extensão, explicou que a tal da fumacinha era gelo seco. A preocupada mãe soltou um “Ah, bom!!!” e acabou alugando o equipamento. 

A festa foi sucesso total.