Cronicando: Adeus minha Lúcia Helena
Robledo Carlos (de Divinópolis)
A esperança que encerra
foi por um ardil criador
ferir com tamanho furor
a espalhar pela terra
linda formosura e pudor.
Oh, doce Lúcia Helena!
Criei você no coração
sem saber se sim ou se não,
casada, isso condena
poeta, sem temer pena.
Criei em mim fantasias
apaixonei-me por contos
coisas banais, fragmentos
sem saber se eu poderia
amar quem nem conhecia
para um despertar tardio
com muitos requisitos
cheios de histórias e ritos
de um amor em prelúdio
Com mistério e tédio
Fica aqui minha gratidão
Ao culposo, posso dizer
me feristes sem querer
carrego agora a solidão
sem Lúcia, não tenho mais chão
em meu coração mórbido
ficam agora saudades,
Rua Jovino Mendes,
Escritora de Seu Coló
e um homem, de dar dó.