Cronicando: Caneca de chá
Robledo Carlos (de Divinópolis)

Tomo chá no balanço do pé
encostado na cadeira
no compasso que ele quer
não de qualquer maneira
E assim tenho levado
no balanço da minha mão
se quente, frio ou gelado
em rodopio de pião
Dentro do redemoinho
minha cara contorce
ao encontrar o caminho
em sóbria catarse
Num grito de procura
Onde estão todas paixões
que estão na parte escura
de minhas desilusões
Eu guardei muitos valores
do mais gesto simples guardei
de flores e seus odores
das pessoas que encontrei
Quando saí de lá então
ainda com a caneca na mão
no instante em que os encontro
Vivos, guardados no antro