Cronicando: Kintsugi
Robledo Carlos (de Divinópolis)
Eu sempre me quebro por aí
um tombo lá, um erro aqui
delicadamente conserto em ouro
defeituoso, imperfeito me maturo.
Sou feito de remendos
como em colchas de retalhos
nas lindas porcelanas chinesas
Ou em minha pele de estragos
Demonstro então o ouro
que usei para o intento
meus cacos colados como muro
deixando em eternos momentos
Enfatizo o belo mosaico
quando me fito no espelho
com orgulho dos encaixes eu fico
agora no corpo do velho