Cronicando: Tão cheio de vazio
Robledo Carlos (de Divinópolis)
Há um vazio dentro de mim
Cheio de ternura e saudade
espalhado por canto e jasmins
No desdém do amor, que maldade
Do espaço ocupado em desejo
Reprimido ensaios de cortejo
Fiz uns poemas e canções sem fim
Para quem sabe um declamar
Sob o abajur incandescente
Nessas luzes ardentes a clamar
De tigre chinês que gira em medos
Na gaveta esquecida segredos
Em rosas vermelhas perfumadas
Roubadas de um febril amante
Que guardadas em veludo estavam
O Sinal na taça de espumante
Sua marca em carmim berrante
Nesse cristal que para sempre guardei
Junto a rosa que não lhe entreguei
E guardo em segredo os seus atores
Olhares profundos que te lancei
Nos meus delírios que me devoram
Nesse silêncio que me castiga
Do vazio que me apavora
A sua imagem viva já sem cor
De todos o mais lindo que sonhei
Guardei a taça com o carinho
Sonhando a beijar eu estava
No mais profundo carnal desejo
Que nesse sonho eu possa te amar