Formiga registra inflação de 0,51% em outubro
Pela primeira vez, desde quando o IPC-FGA foi implantado pelo Unifor, em 2022, todos os nove grupos pesquisados apresentaram alta nos preços
O Índice de Preços ao Consumidor de Formiga (IPC-FGA) referente a outubro deste ano apresentou uma inflação de 0,51%. Pela primeira vez, desde quando esse projeto científico foi implantado pelo Unifor, em 2022, todos os nove grupos (Artigos de Residência, Transportes, Habitação, Educação, Saúde e Cuidados Pessoais, Comunicação, Alimentos e Bebidas, Vestuário e Despesas Pessoais) pesquisados apresentaram alta nos preços.
O boletim do IPC-FGA visa mensurar e divulgar, sempre entre os dias 19 e 21 de cada mês, a variação dos preços no município. O IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, e é obtido a partir das fórmulas empregadas pelo IBGE no cálculo do IPCA, sendo os fatores de impacto (pesos) de cada item adaptados a partir de Belo Horizonte. O Unifor-MG informou que são coletados, entre os dias 05 e 15 de cada mês, os preços médios de 209 itens, divididos em 9 grupos, nos 4 estabelecimentos de maior relevância econômica da cidade.
Segundo o boletim, uma série de fatores contribuíram para a inflação em todos os grupos pesquisados em outubro, destacando-se os efeitos residuais da estiagem, a alta do dólar, as incertezas do mercado sobre a gestão de custos governamentais e até as expectativas sobre as eleições, tanto no Brasil quanto em outros países.
O grupo “Alimentos e Bebidas” liderou os componentes inflacionários, registrando inflação de 0,12%, o que mostra uma redução significativa se comparado ao percentual medido em setembro (0,21%). “Mais uma vez, as carnes [cortes em geral] e o café subiram exponencialmente, superando a marca de 30% para alguns tipos. Feijão, açúcar e leite também acumularam altas entre 2% e 6%”, informa o boletim divulgado pelo Unifor.
Na mesma sequência de setembro de 2024, surge o grupo “Habitação”, registrando 0,10% de inflação, ainda como reflexo dos últimos dias das cobranças tarifárias de energia elétrica (bandeira vermelha). “Artigos de Residência” perfizeram alta de 0,09%, desta vez puxado pelos preços dos reparos e manutenção dos bens de residência. O grupo “Transportes” anotou inflação de 0,08%, basicamente, por conta da alta da gasolina, sendo que este percentual só não foi maior devido a redução no preço do etanol, contrabalanceando o índice do grupo.
“Vestuário” registrou alta de 0,07% em continuação à política de procura por roupas de verão, tais como shorts, bermudas e camisetas. Seguindo uma tendência de redução da pressão inflacionária, o grupo “Saúde e Cuidados Pessoais” anotou inflação de 0,04%, reflexo direto do aniversário que permite o reajuste de vários planos de saúde, além de produtos dedicados aos cuidados puerpérios, tais como fraldas, lenços, xampus e cremes especiais.
O grupo “Despesas Pessoais” registrou 0,03% de alta por conta de reajustes significativos nos ingressos de cinema, mensalidades de academias e clubes, além de pacotes turísticos (que sofreram alta expressiva por conta do dólar). Por fim, “Educação” e “Comunicação” registraram, cada qual, 0,01% de inflação, embora estes índices pareçam pouco expressivos, eles representam, anualmente, um importante componente inflacionário.
IPCA-Brasil
O IPCA-Brasil, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mesmo período avaliado pela pesquisa do IPC-FGA, registrou uma inflação de 0,56%, maior que a de Formiga. “Finalmente, o IPC-FGA quebrou a sequência onde figurava acima média nacional, acentuada entre julho e setembro de 2024 [no acumulado do ano de 2024, o IPCA-Brasil já registra alta de 3,82% enquanto o IPC-FGA já acumula 4,28%]. No entanto, a diferença entre o Custo da Cesta Básica de Formiga [CCB-FGA] e o Custo da Cesta Básica em Belo Horizonte-MG, cidade-referência medida pelo DIEESE, ainda segue a mesma tendência de queda, anteriormente ressalvada. O CCB-FGA saltou para R$ 612,93 [quebrando a barreira dos R$ 600 reais] e acompanhando a cesta básica em BH, que também subiu e foi para R$ 678,07. A diferença percentual no custo da cesta básica entre essas duas cidades ‘derreteu’ de 30,57% [em Maio/2024] para 10,63% [agora, em Outubro/2024]”, explicou o boletim do Unifor.
Para os pesquisadores da instituição, essa relação contraria a ideia de que o custo da cesta básica no interior é menor porque o custo de vida é mais baixo, com aluguéis e salários menores. “A proximidade com áreas rurais deveria facilitar o abastecimento, reduzindo os custos, enquanto nas capitais, a maior demanda, os custos de transporte mais altos e a maior incidência de impostos e regulamentações deveriam elevar os preços, o que não tem sido comprovado”, ressaltou.