Mais uma temporada de temporais

Mais uma temporada de temporais




“Eu te prometo o sol, se hoje o sair, ou a chuva, se a chuva cair”, assim diz a música “Dia branco” do cantor e compositor Geraldo Azevedo. Se ele morasse em Formiga, nestes dias de fechamento de Semana Santa, com certeza, o primeiro verso que fala do sol seria descartado, ficando apenas com a parte que fala do chuvão.

Quem tem o hábito de ficar atento aos canais de televisão pelas manhãs deste início de outono, há todo momento, se depara com notícias de encostas deslizando, com casas desabando, com rios e córregos transbordando e com ventos batendo recordes de velocidade. Os números de mortos, de desalojados e de desabrigados aparecem em tabelas como de placares eletrônicos em estádios de futebol.

Em Formiga, há sempre apreensão e os olhos não são tirados da Rua do Tiro de Guerra, da Rua dos Quartéis e da que fica atrás do Banco do Brasil. Desde que a cidade existe, há uma apreensão tomando quem mora perto desses locais, mas nunca houve tragédias. Com relação às margens dos rios, as coisas sempre foram piores quando São Pedro resolve destampar a tampa da garrafa. Há anos, ele anda se esquecendo do recipiente e nada de transbordamento.

O verão passou, teoricamente, a chuva deveria dar uma trégua. Só que há uma loucura no ar e ninguém pode garantir nada. Chuvas torrenciais, tudo indica, não têm mais épocas específicas, pode ser a qualquer momento. O motivo? O comportamento de queimadas e insubordinações de quem deveria zelar para que as estações cumprissem seus papéis históricos.