Opinião: Bota a viola no saco!

AC de Paula (de São Paulo)

Opinião: Bota a viola no saco!
AC de Paula é dramaturgo, poeta e compositor




Eu teimo, mas não aposto de um duelo eu até gosto, mas, porém tome tenência, cuidado com os seus versos, e por favor eu lhe peço não rime  amor e flor, sem  ritmo e  sem cadência,  seu cordel vai  à falência, no assunto tenho vivência nem todo mundo se cria,  é preciso ser batuta, para me enfrentar na luta da  peleja e cantoria!           
Dom Quixote seu menino, era um cara arretado nascido lá nordeste com o nome de Virgulino, mas  por força do destino e para fugir da volante, ficou um tempo escondido na cuca de um tal Cervantes, na verdade um retirante cabra macho e nordestino!
Sancho Pança foi com ele para abrir os caminhos, foi conquistando donzelas e destruindo moinhos, seus ideais de conquista ultrapassaram a lista dos utópicos sonhadores, vida longa à cantoria, à peleja, aos cordelistas, que se encontram nas listas dos melhores cantadores!
Seu verso ficou capenga não tem santo que lhe ajude, a não ser que a rima mude  até a hora do espanto, mas lhe asseguro no entanto, meu verso não tem fronteiras, não se esconde atrás do manto, se é para chorar eu canto           e entro na brincadeira! Tanto aqui, como alhures, se por acaso procures, meu nome está na lista, o meu camarote é vip, já rimei, tenha certeza, nas praias de Fortaleza ante o espanto e a beleza das velas do Mucuripe!
Já cantei no mundo inteiro e tenho credencial pra ciscar no seu terreiro e de Janeiro à Janeiro fazer o meu carnaval, sou um mestre de elegância um lorde de fidalguia frequento roda de bambas, sou a corda e a caçamba, na peleja e cantoria eu enfrento cara feia vendaval ou tempestade, caviar ou rapadura, água mole ou pedra dura, tenho base e embocadura, tenho finesse e postura, tenho berço e majestade!
Juro que até pensei, que até nem mais pensaria, pois que não compensaria sequer pensar em pensar, que um poeta de primeira, dono de talentos tantos, entrasse na brincadeira, mas ficasse quase aos prantos cabisbaixo pelos cantos e se quedasse a lamentar!
Dom Quixote era poeta ninguém pode contestar, e se embrenhou pelo sertão, dizem; coisas de paixão que não se pode explicar,  mundo velho sem porteira, feito uma flecha sem arco, porém quem sabe rimar não  deixa virar o barco!
Você derrapou na curva dos seus próprios devaneios, misturou alho e bugalho, não é de se admirar, eu seguro qualquer mote ninguém vai me dar o bote e nem vai me derrubar,  perereca não é sapo, bote a viola no saco e vá cantar noutro lugar!

acdepaula09@gmail.com