Questão de proporcionalidade

Questão de proporcionalidade




As últimas eleições municipais em Formiga deixaram a cidade livre de uns estorvos que, para alegria e progresso da cidade, tiveram de procurar encaixe em outras plagas (para azar das outras plagas, é claro).

Já as eleições estaduais e federais do ano passado serviram como um banho de água fria na expectativa que não se arrefece de o município voltar a ter seu deputado. Já que ter um federal é difícil, um estadual já adoçaria a boca.

No ano que vem, Formiga volta às urnas para eleger prefeito(a), vice-prefeito(a) e vereadores (as). Muito se especula das possibilidades de uns e de outros, mas a verdade é que ainda é cedo. Como comentavam os políticos mais antigos: candidato lançado, candidato queimado. Daí, ninguém se expondo nitidamente.

Voltando ao pleito de 2022, o que se infere é que a cada ano fica mais difícil o sonho parlamentar formiguense. Toda vez são mais e mais gente saindo candidato, o que, por uma questão de proporcionalidade, reduz as probabilidades.

É bom pensar: segundo organismos internacionais, a probabilidade de alguém entrar em um avião e dentro dele haver uma pessoa com uma bomba é de uma em cem milhões de vezes. Já a chance de ter duas pessoas cada uma com uma bomba é de uma em um bilhão. Então, o ingênuo obtuso vai pensar: “Se eu colocar uma bomba na minha mochila, a chance de dentro do avião ter outra pessoa também com bomba sobe de uma para cem milhões para uma para um bilhão”. Bobagem, é claro que o bobinho não pensa em explodir a sua própria bomba e a probabilidade cai de novo.

Na política não é assim que funciona. Se nas eleições de 2026 houver ainda mais candidatos do que tem havido, com certeza, a chance de Formiga não ter o seu deputado vai realmente subir de uma em cem milhões para uma para um bilhão.

É bom a sociedade organizada da Cidade das Areias Brancas já ir pensando para que o “é uma pena” não esteja sempre no horizonte.