A cura nossa de cada dia

A cura nossa de cada dia




Durante a pandemia promovida pela covid-19, muita gente boa de Formiga, talvez por desespero ou desconhecimento, foi na conversa do ex-presidente Jair Bolsonaro e tomou um vermífugo chamado Ivermectina para se prevenir. Só em uma conhecida família do Centro da cidade, três irmãos faleceram em 15 dias.

Já outros, depois de contraírem a terrível doença, resolveram, também por influência do ex-presidente, se tratar com uma tal de cloroquina, medicamento usado no tratamento e profilaxia de malária e também com relação à amebíase extraintestinal, artrite reumatoide e lúpus eritematoso. Pelo menos cinco desses formiguenses, chegaram informações ao jornal, foram para a UTI. Uma faleceu.

Apesar da tragédia que tomou as famílias, os enfermos foram tratados como ignorantes e foram alvos de chacota, o que é, no mínimo, injusto. Ninguém que se automedicou o fez por brincadeira, todos estavam desnorteados sem informações precisas e jamais imaginariam que o chefe maior da nação estivesse falando pelos cotovelos, negando a ciência e se portando com total irresponsabilidade com relação à vida dos brasileiros. Deu no que deu, mas por fim, a ficha vai caindo e a verdade se impondo, mesmo que ainda não seja 100%.

Além da covid, outras doenças não existiam ou não tinham importância há alguns anos. Chikungunya, dengue, zika e varíola dos macacos poderiam ser nomes de personagens infantis ou de obras de ficção, mas elas são reais e letais.

Com relação às três transmitidas pelo Aedes aegypti (zica, dengue e chikungunya), está mais do que divulgado que o que se necessita para prevenir é não deixar água parada em vasos, pneus e pequenos recipientes. Já a varíola, covid e outras pragas, o caminho é higiene total.

É preciso que o habitante deste planeta que anda meio cambaleante entenda que sempre haverá uma doença nova ali esquina pronta para avacalhar a vida. O problema é que não existe uma cura nossa de cada dia.