Depois da tempestade, a ‘banança’

Depois da tempestade, a ‘banança’




Dizem que existia em Formiga um barbeiro muito conhecido que não tinha o hábito de manter devidamente afiada a sua antiga navalha. Quanto mais o tempo passava, mais o pobre homem ia deixando de lado o afiador que ficava na prateleira de vidro ao lado da Quina Petróleo e da brilhantina Glostora.

Certa feita, chegou a seu estabelecimento um jovem na flor da puberdade com o rosto coberto de espinhas, era sua primeira vez na barbearia. Então, o profissional cobriu o rosto do rapaz com espuma Bozano e colocou a sua navalha cega para trabalhar. Na primeira puxada que veio do pescoço para o queixo, o sangue jorrou. Indignado, o rapaz reclamou que a navalha não estaria afiada, e o barbeiro: “Faz mal não, eu tenho força no braço”.

Terminado o martírio, o velho senhor pega a meiota de álcool Tubarão em um armarinho, enche a mão e afoga o rosto do rapaz, que dá um grito de dor e ardência. O barbeiro pega a tampa de uma caixa de sapatos que comprou do Tião Calçados e a ventania começa: “Depois da tempestade, vem a banança”.

Pois é, desde ontem, quem está em um partido político está e quem não está não é candidato. Quem mudou de partido mudou e quem não mudou não tem mais como pular de galho. O calendário eleitoral, não permite.

Na flor da puberdade política, alguns postulantes levaram uma navalhada do pescoço para o queijo com a lâmina completamente cega e vão ficar de fora. Outros tiveram de se acomodar como deu, foram para partidos onde não terão a mínima influência, uns terceiros terão de disputar com bons de votos em partidos com poucas vagas previstas.

Para o Executivo Municipal, a cada cena um flash. O que parecia xoxo deu uma animada durante a semana que se finda, o que parecia calmaria, virou temporal, uma tempestade inesperada… mas ninguém deve desanimar, “depois da tempestade, vem a banança”.