As doenças de um tempo doente

As doenças de um tempo doente




Animosidades entre parentes, agressividade entre amigos, momentos de alegria e confraternização jogados no lixo, memórias de afetividade na gaveta do esquecimento.

Qualquer pessoa mais antiga vai dizer que nunca viram nenhuma época de tanta radicalização com relação à política, à religião e comportamento social. Com relação ao esporte, é só ligar nos jornais televisivos das manhãs das segundas-feiras que estará lá a triste notícias de qual torcida foi a responsável pela morte de um integrante da torcida adversária.

Como a máxima de que tudo que é ruim pode piorar, disputam as primeiras páginas dos periódicos os surtos, as epidemias e as pandemias de doenças que há pouco não existiam: covid-19, dengue, chikungunya e zika. Tudo em um processo de evolução para a UTI e o necrotério. Para apavoramento e apreensão de Deus e todo mundo, na região norte do país, 2.255 casos da febre de Oropouche foram registrados só nos primeiros meses de 2024. O número representa quase três vezes o total de contaminações de todo o ano passado em cinco estados da região: Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.

A febre oropouche é uma virose que pode causar sintomas parecidos com a dengue, como febre e calafrios, dor no corpo e atrás dos olhos, náusea ou sensação de mal-estar generalizado. É uma virose transmitida principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim, mosquito pólvora ou borrachudo. Depois de ser infectado pelo vírus ao se alimentar do sangue de pessoas doentes, ele passa o problema para o próximo da fila. Os sintomas da febre oropouche tendem a se iniciar de 3 a 8 dias após a picada pelo mosquito infectado pelo vírus. Nos casos mais graves, podem também surgir complicações como sangramentos ou meningite. Por fim, pode matar.