Crônica: Festa Brega

Manoel Gandra (de Formiga/MG)

Crônica: Festa Brega
Manoel Gandra é poeta e jornalista




Ari Roger é um artista em eterna juventude, ele é conhecido de todo mundo que já gostou, gosta ou que ainda vai gostar de música.

Figura muito popular, Ari fazia e faz parte de todas as rodas e tem amigos de todas as idades. Lá pelos anos 70, foi o principal “crooner” do Conjunto Centenário nos anos 80, chegou a gravar um compacto simples.

Contam (e se contam, no caso de Ari, é sempre verdade) que ele estava em sua residência (isso há uns 14 anos), quando chegaram Sandrinho Figueiredo e Itamar Silva (naquela época, proprietários do Carlito’s Bar) e pediram algumas camisas suas emprestadas. Sem perguntar pra quê, Ari abriu o guarda-roupa e mandou escolher.

Passa pouco tempo, chegam Ricardo Lima, o Gilson Vieira e o Jorge Bodeus.

__E aí Ari, dá pra você ver pra gente umas calças emprestadas, amanhã a gente devolve.

__Vamos entrando...

Ari volta ao guarda-roupa e deixa o pessoal a vontade. Pulavam lantejoulas... era tudo roupa de baile.

Foi assim por todo o dia. Toda hora, chegava alguém pedindo roupa emprestada. Quando foi lá pelas cinco da tarde, Ari recebe um telefonema do Joe Basílio.

__Ô Ari, bão?!!!

__Bão!!!

__Ô Ari, vai ter hoje à noite uma festa brega lá no Carlito’s. Eu e o Kaká baterista vamos tocar e a gente queria que você cantasse. Vai ser um sucesso, muita gente fantasiada...

Ari topou no ato.

Na hora da festa, ele se arruma todo e, quando chega ao bar, leva um grande susto. Todo mundo com roupa sua.

Ari achou muito legal, entrou na festa e caiu na farra.