Crônica: Mais Que Um
AC de Paula (de São Paulo-SP)
Ele acordou com a macaca, deu soco em ponta de faca, cachaça virou remédio, enfiou o pé na jaca, chamou Jesus de Genésio.
Estavapra desacerto procurando um conserto pra vida que andava torta, estava fora do prumo, sem meta, caminho, sem rumo, tristeza batendo à porta. Pensou lá com seus botões que problemas, aos montões, nos afetam a coerência, sem motivos, sem razões, sem amores nem canções, sem um pingo de paciência.
Sem motivo e sem vontade, passou longe da bondade o pensamento febril, se um dia chorou calado, não deu conta do recado, ninguém sabe, ninguém viu. A brisa amena de outrora, saudade fora de hora transformou-se em vendaval, ao sabor do vento forte, sem GPS, sem meta, sem norte, desabou em temporal. Estava ao Deus dará, mais pra lá do que pra cá, estava bem menos que mais, deixou o cavalo na chuva, o trem apitou na curva, lembrou na imagem turva, seus antigos carnavais. Perdeu a fé e a coragem, perdeu do fio o novelo, e não mais que de repente, feito bote de serpente, o sonho virou pesadelo. Entre a cruz e a espada, o retorno da estrada, nos leva a lugar nenhum, e na volta do ponteiro, do último ao primeiro, dois mais dois é mais que um.