Cronicando: Santo de plantão
Robledo Carlos (de Divinópolis)
Eu passei num beco escuro
com certo medo fiquei
daquilo que eu não via
por meu santo eu chamei
porque nessa ocasião
era bom logo pensei
Recebi uma mensagem
que vinha lá do além
perguntei que santo era
não me respondeu ninguém
já era tarde da hora
de plantão, tinha ninguém
Tens medo santinho meu
Tens medo santinho meu
Atravessei sozinho
o beco que embrenhei
vi que depois do escuro
em outros claros estarei
não foi por causa do meu santo
que no beco eu fiquei
Não tenhas medo moleque
dos becos que a vida dá
se clamares por teu santo
de certo não virá
creia em ti somente
e verás que vai chegar
Guardo ainda com carinho
o santo que vô me deu
está na minha capelinha
feito de jequitibá
tenho por ele muito respeito,
mas nos becos escuros
sou só eu a atravessar
Robledo Carlos é membro da Academia Formiguense de Letras