‘Estou passando por aqui’
Com a proximidade das eleições, com o pleito batendo na porta, os pré-candidatos que já engavetaram o prefixo começam a se preparar para a jornada na legalidade a partir de 16 de agosto, dia seguinte ao fim do prazo para o registro de candidaturas.
Além do tradicionalíssimo “gastar sola de sapatos” batendo de casa em casa, dos santinhos chegando pelos correios, das bandeirolas nos semáforos, o que deve prevalecer são as postagens em redes sociais. Já tem gente com estúdio contratado para animar a festa.
Desde o início de junho, a redação de “O Pergaminho” vem recebendo pedidos de alguns leitores que querem ser candidatos à avaliação da qualidade de algumas peças que devem ser postadas. Com relação a vídeos, quatro chegaram repletos de expectativa por parte de pré-candidatos ao Legislativo. Como tais personalidades são amigas, não foi difícil de elas entenderem que as coisas não eram das melhores.
Curiosamente, os vídeos começam iguaizinhos: “Estou passando por aqui…”, o outro “Passando por aqui…”, um terceiro e um quarto: “Resolvi passar por aqui…”. Os textos e os roteiros dos vídeos demonstram uma indigência lexical muito grande, a pobreza vocabular é de dar dó. Alertados, os postulantes entenderam que ninguém mais aguenta ouvir falar em “narrativa”, em “direita radical” e em “extrema esquerda”.
O que se pode notar nos pilotos dos vídeos é que há uma cópia fiel de postagens muitos comuns em grupos de whatsApp, facebook e instagram, onde o “estou passando por aqui” está mais comum do que maritaca em barranco em épocas de cria.
Neste ano de 2024, quem está atento e acompanhando o desenrolar e o desenvolvimento das pré-campanhas, que de pré não têm nada, poderá notar uma pobreza de argumentos que não encontra seriedade e não dá credibilidade. Há problemas de décadas e acreditar que quem começa seu vídeo na base do “estou passando por aqui” vai resolver alguma coisa vai ver que a pessoa vai passar e não voltar mais.