Valorizando o artista formiguense

Valorizando o artista formiguense




O cantor e compositor formiguense Nonô Basílio tinha uma grande mágoa com alguns ex-prefeitos da cidade. Eles sempre o chamavam para cantar em eventos, mas nunca o pagavam alegando que ele era da terra e que, por isso, não poderia cobrar. Na década de 1978, Nonô cantou com Sérgio Reis, a Prefeitura pagou cachê a Sérgio e o negou a Nonô, no ano seguinte, 1979, Nonô foi sucesso ao lado de Wando, que recebeu… já Nonô ficou às moscas. Certa vez, Nonô comentou que se negou a se apresentar, ele e sua esposa Naná, em uma cidade do interior paulista para poder estar em Formiga durante o aniversário da cidade. Cantou no campo do Formiga, bateram palmas e sua terra natal se portou como uma madrasta para seu próprio filho.
Há poucos anos, logo no início do Festival da Linguiça, convidaram vários cantores da cidade para se apresentarem na Praça São Vicente Férrer, só que na hora do “faz-me rir” disseram que foi uma boa oportunidade para eles “mostrarem trabalho”.
O pessoal sempre reclamou, mas o recebimento era um debochado dar de ombros. Injustiçados, sempre colocaram a boca no trombone, e com toda razão.
Para sorte de todos as pessoas do bem, as coisas mudam. Há momentos em que é preciso reconhecer que poucas vezes na história de Formiga os músicos da cidade foram tão valorizados e dignos de tanto reconhecimento.
Hoje, durante o festival de paramotores na Praia Popular, Saulo Soul, um grande cantor das Areias Brancas que tem sido sucesso por todos os locais por onde passa, fará um grande show com um repertório apurado e de bom gosto. Um momento único de um talento que se aflora e que é sucesso no Brasil. Detalhe super importante: ele foi contratado assim como todos os que vêm de fora, não vai ter de fazer graça pra ninguém.
E não é só ele, Saulo Soul, que está sendo reconhecido. Nos arquivos de “O Pergaminho” encontram-se matérias com contratação de mais de uma dezena de cantores formiguenses. Justo, honesto e digno.
Já era o momento de Formiga deixar de tratar quem vem de fora à base de filé com fritas e o formiguense com polenta seca sem molho e carne moída.