Cônica: LOUVAÇÃO!
AC de Paula (de São Paulo)
Bendito e louvado seja, sempre é preciso louvar, quem inventou a cachaça, a cerveja, e o celular. Mas, com o perdão da má palavra, a diferença entre a bunda e o celular, é o quase, pois celular quase todo mundo tem. Afinal não se pode negar que o celular é uma maravilha tecnológica, uma verdadeira caixa de ferramentas digital que substitui uma infinidade de objetos que usamos no dia a dia.
Meu primeiro aparelho celular era um tijolão e servia até para fazer musculação, na melhor definição da palavra, foi um presente de grego que ganhei de um corretor da minha equipe, era de outro estado e tinha que fazer o tal do roaming, quando veio a primeira conta tive que desistir dele.
Hoje após passar por várias dietas de emagrecimento tecnológico, que inclusive ampliaram suas diversificadas funções, podemos dizer que ele afinou bastante, e tornou-se praticamente uma extensão do nosso corpo. Ele está presente em quase todos os momentos e lugares, virou escritório de bolso, faz reuniões, assina documentos, envia mensagens eletrônicas, dá uma bisbilhotada nas redes sociais, nos grupos de zap zap, é DJ, cinema, guia de turismo, personal trainer, e tem mais uma quase infinidade de atributos.
Mas, como nem tudo são flores, o bichinho também caiu na mão de quem não devia. Golpistas, ladrões de galinha, hackers e os criminosos de colarinho branco: todo mundo aprendeu a tirar proveito dessa belezura tecnológica. Se por um lado ele junta famílias e cria grupos de fofoca, por outro, vira ferramenta para orquestrar golpes e crimes que a gente nem imagina. Aí entra o lado CSI da coisa. O que muita gente esquece é que o celular também vira ganso, ou seja, X9, dedo-duro, pois evidencia as ligações, localização, prints de conversa comprometedora que quando caem na mão da polícia, é game over.
A tecnologia, que antes era usada para driblar a justiça, agora se tornou prova quente em investigação policial. Basta uma troca de mensagens e pronto: é político preso, é membro de organização criminosa indo parar atrás das grades, é plano secreto que não fica secreto por muito tempo. Ao fim das contas, o celular é isso aí: uma faca de dois gumes. Na mão de uns, vira ferramenta de trabalho, entretenimento e conexão. Na mão de outros, vira arma do crime.
Mas no tribunal da vida real, ele é juiz, jurado e carrasco. Não importa se você usa para curtir ou para aprontar, o fato é que o celular não perdoa: tá tudo registrado! O aparelhinho mágico funciona como relógio e despertador, câmera fotográfica, filmadora, lanterna, calendário, agenda, bloco de notas, mapa, bússola, rádio online com imagem, MP3 player, contador de passos e batimentos cardíacos, edição de documentos, planilhas, forma de pagamento, livro digital, livro sonoro, vídeo game, scanner, dicionário, álbum fotográfico, tradutor. Inclusive ele serve também para telefonar! Bendito e louvado seja, sempre é preciso louvar, quem inventou a cachaça, a cerveja, e o celular.