Cronicando: De agente para gente

Robledo Carlos (de Divinópolis)

Cronicando: De agente para gente
Robledo Carlos é representante comercial




O indivíduo era um padre, tinha o hábito de pescar, eu sabia onde encontra-lo, pois, quando jovem, pegava sabiás em arapucas, perto de onde ele habita, seu hábito é preto de gola branca, suas mangas são largas, e ele, talvez esteja dando mangas nas mangas para os porcos.

Estava apreensivo diante da apreensão que hora se apresentava.

Vou ascender o paço da sede, assim que descer da sela, verificando a cela dos encarcerados, acender o fogo, cozer e matar a sede.

Passo lá na sexta, levo a cesta, conserto o cesto, pois tenho concerto na sexta.

Saio, e peço à escrivã que não mais venha de saia, e que ela saia também.

Incerto, cerro a porta, e serro a madeira da janela, firmo em tacha, pago a tacha em cheque, para evitar a taxa, assim não caio em xeque, fui cedo, inserto pelo tabelião da comarca no mandado.

Dou um laço na bota ruça, e pego meu chapéu russo, já bem lasso.

Quero pegá-lo em flagrante, fragrante de lavanda, o padre usava, o que me fez soar em assobio de distância e a suar frio, pois ante da chegada, o tráfego estava tenso e o tráfico próximo dali é perigoso.

Havia um mandato a cumprir, que fiz ao cavaleiro que estava a arrear, o mesmo arriou os olhos em mim como um cavalheiro, entregando o mandado.

Procedente de Timboré, ele não tinha precedentes.

Eu logo vi o padre, tinha a sua descrição e ele se entregou sem nenhuma discrição.

Lembrei-me do Rio Tejo e, para o meu ensejo, fui logo dizendo:

- Teje preso!