Crônica: Caixa-rápido
Manoel Gandra (de Formiga/MG)
Pakú é irmão do Pelé do INSS e da Inês que foi secretária de Cultura na época do prefeito Jaime Mendonça. Ele é a simpatia em pessoa (também com uma família desse gabarito...).
Por vários anos, Pakú prestou seus bons e relevantes serviços à agência do Bemge, que funcionava onde é hoje o Banco Itaú, esquina da Praça Getúlio Vargas com Silviano Brandão. Pakú era o segurança.
Finíssimo, educado e simpático, ele era mais um recepcionista de luxo do que um guarda. Fosse quem quer que chegasse, Pakú logo ia perguntando do que precisava e encaminhando o cliente. Ficou mais de dez anos no banco e nenhum roubo, nenhum assalto (dizem que o Mafú, do Bradesco, se espelha nele para desenvolver seu trabalho).
Lá pelo início dos anos 90, as agências bancárias brasileiras começaram a se modernizar e todo dia tinha novidade. Eram computadores chegando, fax, cartões magnéticos, a grande revolução tecnológica. Como Formiga, desde aquela época, já era “cidadezinha”, as coisas demoravam um pouco a chegar (mas acabavam chegando).
Um dia, Pakú estava muito bem posicionado na porta do banco quando pára uma Belina novinha e dela desce uma senhora de uns 60 anos buscando informações. Ela vinha de Belo Horizonte para passar férias em Furnastur e precisa retirar dinheiro.
Muito solícito, Pakú ajudou-a a entrar e perguntou do que ela precisava.
__Muito obrigado, o senhor é muito gentil. Eu gostaria de saber se nesta agência tem caixa-rápido.
Cochichando no pé-de-ouvido, Pakú respondeu:
__Tem sim, mas ele foi almoçar. Pra falar a verdade, esses que tão aí são de uma lerdeza danada.
A senhora levou na brincadeira e teve paciência de explicar o que realmente queria. Hoje, Pakú se diverte com a história, mas no dia...