Discursos políticos e o caminhão de porcos
Há três meses das eleições, o formiguense vai presenciando o grid de largada com as chapas sendo formadas e as especulações sobre articulações cada vez mais esclarecidas. Porém, quem acha que haverá uma corrida de “Fórmula 1” pode ir se acomodando na arquibancada, tem gente que fez volta de classificação, mas nem do box vai largar.
Apesar da bobagem que é a invenção do período chamado de pré-eleitoral, que nada mais é do que um período eleitoral com o prefixo, as coisas vão se encaminhando segundo os conformes e os preceitos. Desde o início do ano, já se avistam os pretendentes devidamente municiados e paramentados, eles já estão fazendo visitas, reuniões e conchavos. Uns acreditam que é preciso colocar o nome em voga com antecedência, outros que tudo a seu tempo e outros jogando papel higiênico molhado no teto do banheiro para ver se cola.
Na corrida eleitoral, quando a luz vermelha é trocada pela verde, antes da primeira curva, os carros não se portam como Ferraris, Mclarens e Mercedes. Assim que há a largada, cada postulante aos cargos legislativos e aos dois executivos mostram o seu lado de caminhão de porcos. Quem já viu um caminhão de porcos sendo carregado bem entende a metáfora, ela é bem simples.
Quando um suinocultor contrata transporte para o seu plantel, instala-se um verdadeiro Deus nos acuda no momento em que os animais são retirados dos chiqueiros, é uma bagunça danada na hora de entrar nas gaiolas do caminhão tendo como fundo musical um guinchar e uma algazarra de fazer inveja às maritacas em fios de energia elétrica. Porém, assim que o caminhão começa a andar, eles se aconchegam, se ajeitam e dormem um por cima do outro.
Na política, também há várias fases até chegarem as eleições. No momento, o pessoal está se ajeitando nas baias, o caminhão já está estacionado e agora mesmo o ferrão vai comer solto até que todo mundo esteja embarcado.
Prestes às gritarias, o eleitor formiguense espera ansioso.