Eugênio ameaçado

Eugênio ameaçado




Nesta semana, o prefeito de Formiga, Eugênio Vilela, recebeu grave ameaça por meio de publicações em redes sociais. O motivo da animosidade e hostilidade, acredite quem quiser, foi ele não estar matando e espancando os cachorros de rua. Empunhando um cajado de madeira, um homem o insultou e atacou dando até o número do seu próprio celular como desafio.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Militar, tal indivíduo, 47 anos, teria sido preso ao ser encontrado escondido em um motel. “Nesta quinta-feira, dia 4, militares do 63º Batalhão de Polícia Militar realizaram a prisão de um indivíduo responsável por veicular diversos vídeos e áudios nas redes sociais, tendo conteúdo de ameaças direcionadas ao Prefeito da cidade de Formiga, além de mencionar, explicitamente, supostos casos de maus-tratos a animais/cães. Em um dos áudios, é possível ouvir o suspeito proferindo os seguintes dizeres: ‘Eu quebrei cinco cachorros lá perto do Campo do Formiga e o resto na Rodoviária hoje cedo’”.

Levando-se em conta que várias manifestações de intimidação que têm sido feitas por meio da internet acabam se concretizando em tragédia no mundo real, a atenção e apreensão são facilmente compreensíveis. O que não dá para entender é a cidade ainda não ter se mobilizado sobre o fato.

Independente de questões partidárias, quando um ataque do gênero ocorre, ele fere cada homem público, independente da legenda e do segmento político que representem. As entidades e as pessoas que trabalham com a proteção de animais também têm a obrigação de dedicar apoio e solidariedade totais ao prefeito Eugênio, que virou alvo por não ser cruel.

A questão de animais nas ruas é um problema que faz parte da história de Formiga e nunca houve uma solução sensata. Na década de 1970, um servidor da Prefeitura amarrava uma cadela no cio no para-choques de um Jeep verde. Passeava por várias ruas e vários cachorros iam se enfileirando atrás. Em um lote perto do Saae, sacos de carne com veneno os esperavam. Já na década de 1990, cachorros e cadelas eram eletrocutados em uma vala na fazenda da Prefeitura. A “cãonificina” só parou quando o funcionário escalado para dar os choques morreu em um curto circuito, o que foi considerado um mero acidente de trabalho.

É claro que uma solução com relação à proliferação dos animais na rua tem de ser pensada, o que não se pode é voltar a 1970 e 1990.

Em tempo: Vergonha também é o Sindicato Rural de Formiga ainda permitir e promover os primitivos rodeios que torturam cavalos e touros. Para colocar o dedo onde deve ser colocado, bem que a Câmara Municipal poderia proibir por meio de uma Lei que o Sindicato continue com a prática bárbara, impiedosa e inclemente.